“Clint Eastwood apoia Romney, aparentemente porque Romney vai cortar impostos de milionários como … Clint Eastwood.”
Leio essa frase no twitter. Clint Eastwood, 82 anos, é um dos nomes mais comentados nas redes sociais depois que ele anunciou, ontem, apoiar Mitt Romney. “O país precisa de um empurrão”, disse ele. “Clint fez meu dia”, afirmou Romney.
O tom geral dos comentários nas redes sociais é de decepção. “Imperdoável”, diz um tuíte, numa referência a um clássico de Eastwood. Outro tuíte afirma: “Más notícias. Clint Eastwood dá sinais de demência.”
Entendo o desapontamento de muitos.
No cinema, como ator e diretor, o grande Clint Eastwood se consagrou por filmes em que ele, para usar as palavras de São Paulo, “combate o bom combate”.
Nas eleições americanas, Romney parece ser a antítese do “bom combate”. Ele representa a iniquidade que tomou proporções gigantescas nos Estados Unidos nas últimas três décadas, a começar pelo governo de Reagan. Romney usou, por exemplo, paraísos fiscais para sonegar legalmente impostos e assim aumentar ainda mais sua fortuna pessoal.
Mas, se você sai do mundo de mentirinha do cinema, é absolutamente lógica a opção de Eastwood. O tuíte que iniciou este texto resume tudo: do ponto de vista pessoal, que na maior parte das vezes governa decisões de voto, Romney atende aos interesses de Eastwood.
Mas.
Mas que fique registrado que, em minha avaliação pessoal, Clint passou a ser o “Feio!”, com maiúscula e exclamação, no grande filme de Sergio Leone que o consagrou na juventude, “O bom, o mau e o feio”.