O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) identificou movimentações financeiras atípicas por parte da “Combat Armor Defense do Brasil”, empresa que vendeu veículos blindados para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação é da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
As aquisições, agora investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por suspeita de fraudes em licitação, foram feitas durante a gestão de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da corporação. Entre 2020 e 2022, ao menos R$ 30 milhões foram pagos pela PRF para blindar viaturas e fabricar blindados.
O relatório do Coaf em posse da CPMI do 8 de janeiro aponta que a Combat Armor tem realizado movimentações incompatíveis com sua capacidade econômica e recebido valores que são debitados imediatamente de suas contas.
A Combat Armor, instalada no Brasil em 2019, tinha em seu início um faturamento médio mensal de R$ 58,5 mil, segundo o Coaf. Já entre junho de 2021 e abril de 2022, a empresa chegou a receber R$ 4,8 milhões, sendo mais de R$ 3 milhões provenientes de pagamentos feitos pela PRF e R$ 1,7 milhão do Governo do Rio de Janeiro.
Nesse mesmo período, foram debitados de sua conta R$ 4,7 milhões, que tiveram como destino outras empresas e contas da própria Combat Armor. Ja entre abril de 2022 e junho deste ano, os créditos recebidos em conta totalizaram R$ 18,6 milhões.
Silvinei Vasques foi questionado sobre a sua relação com a empresa em depoimento à CPMI do 8 de janeiro. O bolsonarista, no entanto, admitiu ter pedido emprego à Combat Armor depois de ter deixado o comando da corporação, mas negou ter sido contratado.