Quase todo político tem um codinome em Brasília. A medida é para não ser identificado durante conversas privadas entre políticos, seja com maracutaia ou não. Chama a atenção, porém, a forma como políticos do Centrão se referem a Bolsonaro e a Arthur Lira. Rainha da Inglaterra e Primeiro Ministro.
Em grupos de mensagem, tanto no WhatsApp quanto no Telegram, estes são os apelidos dados. Bolsonaro recebeu o apelido de Rainha da Inglaterra, enquanto o presidente da Câmara é chamado de Primeiro Ministro. Ao menos quatro assessores diferentes confirmaram a informação, sob a condição de sigilo de suas identidades.
O apelido de Bolsonaro, segundo apurou o DCM, se iniciou em 2020, em meados da pandemia. Em princípio, o presidente virou a Rainha da Inglaterra, por conta das decisões do STF que frearam suas tentativas de boicotar a quarentena. Mas o codinome ganhou força e forma oficiosa depois que o Centrão abraçou de vez o governo. A partir daí, o grupo se referiu ao presidente dessa forma para mostrar que ele não manda nada.
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Arthur Lira, o primeiro ministro
Já Arthur Lira se mostrou um presidente da Câmara melhor que a encomenda para o Centrão. “Não tem um parlamentar que não o elogie pra gente”, disse um funcionário do Congresso. Isso porque, Lira vem usando seu poder para controlar o Parlamento por meio do Orçamento Secreto. Com a distribuição de emendas a seu bel prazer, ele manda e desmanda, inclusive em pautas do Executivo.
O DCM já havia antecipado a condição dada por Lira para Bolsonaro migrar para o PP. Ele quer ser o protagonista das pautas da economia no país e essa fome rendeu o apelido de Primeiro Ministro. Para o Centrão, na prática, quem comanda o Brasil é Lira, não Bolsonaro.
Questionado se os políticos do Centrão se referem a Lira e a Bolsonaro com esses codinomes para eles, um assessor riu. “Pro Lira sim, pro presidente ninguém tem coragem”, finalizou.