A colunista da Veja, Dora Kramer, usou sua coluna da revista na última semana para publicar um artigo em que ignora os fatos para tentar fazer emplacar o nome de Simone Tebet (MDB) como se fosse uma representatividade histórica. Na visão dela, a senadora precisa ser celebrada como a primeira candidata mulher a presidente do país.
Em trecho de seu artigo, ela escreve. “O desafio presente é monumental, embora a senadora detenha ativos promissores. Como mulher, pode atrair o eleitorado feminino, que, além de majoritário, apresenta grau elevado de indecisão entre a intenção do voto e o gesto efetivo a ser feito no momento de cravar a escolha na urna. Seria, de fato, a primeira a postular a Presidência, pois Dilma Rousseff não chegou lá por si. Foi levada por um homem, o poderoso Lula”.
Chama a atenção que o desespero para emplacar a terceira via, que continua nanica – Tebet chega a apenas 3% nas pesquisas recentes – que faz a colunista esquecer o básico do jornalismo: uma boa pesquisa. Ignorando o machismo que é afirmar que Dilma Rousseff (PT) foi candidata ‘levada por um homem’, Dora esqueceu que a primeira presidenta da história do Brasil não foi a única candidata mulher.
Em 2006, Heloísa Helena, então pelo recém criado PSOL, foi candidata. Em 2010, 2014 e 2018, Marina Silva lançou seu nome por diferentes siglas. Aliás, Marina foi a única terceira via a emplacar, de fato, tendo chances reais de ir ao segundo turno em 2010 e 2014. Outros nomes também foram postulantes, como Luciana Genro (PSOL) e Vera Lúcia (PSTU).
Além do machismo de Dora Kramer, sua falácia tenta mesmo é emplacar Tebet visando 2026. “Hoje, o êxito é uma dúvida, mas para o futuro, segundo essas avaliações, já se configura a certeza de que na próxima, em 2026, haverá perspectivas inovadoras nas figuras de Simone Tebet e do ex-governador Eduardo Leite. Se não for agora, dizem, será mais à frente”, continua, já jogando a toalha de sua candidata predileta.
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