Em coluna publicada no portal ND+, um dos maiores sites de notícias de Santa Catarina, o colunista Cacau Menezes publicou uma coluna insinuando que o empresário João Paulo Diniz teria morrido por complicações cardíacas causadas pela vacina da covid-19.
Num texto sem nenhum embasamento factual ou científico, Menezes elogia as qualidades atléticas de Diniz – o filho do empresário Abílio Diniz era triatleta e tinha um estilo de vida saudável. Em 2001, quando seu helicóptero caiu no mar em São Sebastião, Diniz sobreviveu após nadar até a praia.
“João Paulo Diniz, depois da vacinação ‘obrigatória’ foi mais um que sucumbiu ao tal mal súbito. Certamente não haverá nenhuma ligação, apenas coincidências”, diz Menezes, numa afirmação que se sustenta no vazio.
Ainda em 2021, em entrevista a uma rádio do sul de Santa Catarina, Menezes criticou a Rede Globo de Televisão e a apuração levada a cabo pela CPI da Pandemia, defendendo Jair Bolsonaro: “O que se vê hoje no cenário político é uma máfia interessada em derrubar o presidente da república”, declarou.
Para Menezes, “a Rede Globo estava tentando fazer uma lavagem cerebral na população”, motivo pelo qual deixou a emissora após 40 anos. Menezes também desconfia das pesquisas eleitorais: “Em 2018, disseram que Bolsonaro ia tomar um passeio do Haddad (PT), e não tomou. Se não houver fraude o Bolsonaro se elege no primeiro turno em 2022”.
Já para os especialistas ouvidos pelo G1, portal de notícias da Globo, a morte de Diniz foi causada por um infarto motivado por uma falha congênita no ciração do empresário de 58 anos de idade.
Pesquisador e professor titular de Cardiologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, José Saraiva, explica que fazer exercícios previne doenças cardíacas. Mas antes de iniciar essas atividades é necessário fazer uma avaliação clínica, que pode ser feita até mesmo por um clínico geral.
Clínica geral e cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Juliana Soares afirma que a principal causa de morte súbita em atletas são doenças congênitas (que se manifestam desde o início da vida). Mas a incidência desse tipo de morte é bastante rara: cerca de 5 a 10 mortes por milhão a cada ano. Foi o caso de Diniz.