Com apoio de Haddad, Prates permanece na presidência da Petrobras

Atualizado em 12 de abril de 2024 às 19:23
Jean Paul Prates, presidente da Petrobras. Foto: Divulgação

Após duas semanas de turbulência, Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, permanecerá no cargo; no entanto, sua continuidade está condicionada a mudanças de comportamento, conforme informam aliados do chefe do Executivo. A falta de um sucessor natural para o cargo também pesou a favor da manutenção temporária de Prates.

O ingresso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na discussão mudou o cenário, representando uma derrota para os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que se opunham à permanência de Prates.

Interlocutores do presidente Lula (PT) indicam que ele chegou a anunciar aos aliados sua intenção de demitir Prates, o que tornava a mudança na liderança da estatal uma certeza até o último domingo (7).

Integrantes do governo que participaram das discussões sobre o tema afirmam que o chefe da equipe econômica defendeu a distribuição dos dividendos extraordinários, posição apoiada por Prates e um dos motivos da crise entre ele e Silveira.

A defesa de Haddad se baseia no fato de que parte dos dividendos irá para o caixa da União, aliviando a situação financeira do governo federal. Lula foi persuadido pelos argumentos do ministro da Fazenda, segundo ministros, ao se convencer da necessidade de reduzir o déficit das contas públicas.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fiador da permanência de Prates. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

De acordo com ministros do governo, Prates deve alinhar-se mais às expectativas de Lula em relação ao papel social da companhia, não se limitando aos interesses dos acionistas.

Aliados do presidente recomendaram que ele não exonerasse Prates durante o clima de tensão, especialmente após o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, ter feito críticas públicas ao presidente da Petrobras em entrevista à Folha.

Desde então, Lula tem consultado aliados. O ministro da Fazenda foi um dos que intercedeu a favor da permanência do atual presidente, argumentando que não há justificativa técnica para a exoneração. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também defendeu a permanência de Prates no cargo, apoiado por um grupo de senadores.

Outro fator que favorece Prates é o processo formal para a nomeação do presidente, que pode levar até três meses. O nome do indicado precisa ser submetido ao conselho da empresa, cuja composição deverá ser alterada em assembleia de acionistas em 25 de abril, sinalizando as expectativas do presidente para a direção da empresa.

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