Com dívidas de R$ 20 bilhões, Gol pede recuperação judicial nos EUA

Atualizado em 25 de janeiro de 2024 às 20:50
Avião da Gol se prepara para pousar no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Foto: Reuters/Sergio Moraes

A Gol anunciou, nesta quinta-feira (25), a apresentação de um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, estendendo-se também às suas subsidiárias. O propósito é a reestruturação das obrigações financeiras de curto prazo. Ao todo, a companhia tem R$ 20 bilhões em dívidas.

Em comunicado à imprensa, a Gol assegurou que todos os voos estão mantidos conforme programado, e todas as passagens e reservas permanecem válidas. “O processo pretende otimizar a Gol para sustentar o crescimento. Não devemos reduzir as aeronaves em serviço. O foco é endereçar os passivos durante esse período e organizar o fluxo daqui para frente”, afirmou o CEO, Celso Ferrer.

O procedimento adotado pela Gol é o “Chapter 11”, um instrumento legal nos Estados Unidos que permite a suspensão da execução de dívidas para facilitar reestruturações financeiras e operacionais. O pedido foi apresentado no Tribunal de Falências dos EUA para o Distrito Sul de Nova York, seguindo a recomendação dos advogados da empresa no país.

Apesar do pedido de recuperação judicial, a Gol continua operando normalmente. A empresa anunciou a garantia de um financiamento de US$ 950 milhões, na modalidade debtor-in-possession, sujeito à aprovação judicial. O acesso a esse dispositivo será buscado nos próximos dias de acordo com a Reuters.

Avião da GOL. Foto: Roberto Moreyra/Agência O Globo

O financiamento será providenciado por um grupo de investidores familiarizado com a Gol, como  membros do Grupo Ad Hoc de Bondholders da Abra, holding que controla a Gol. A empresa ressaltou que, em conjunto com o caixa gerado pelas operações em curso, o financiamento fornecerá liquidez substancial para sustentar as operações durante o processo de reestruturação financeira.

Analistas destacam que, apesar dos sólidos números operacionais da Gol em face da demanda por viagens aéreas no Brasil, as despesas elevadas com leasing e juros têm impactado o fluxo de caixa e o perfil de dívida da empresa. Adicionalmente, problemas de capacidade resultantes de atrasos nas entregas de aeronaves da Boeing contribuíram para a decisão de recuperação judicial.

Em 2023, a Gol detinha 33% de participação de mercado na indústria de aviação brasileira, ficando atrás apenas da Latam Brasil em termos de receita de passageiros por quilômetro.

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