Com Jacarta condenada pela natureza, Indonésia “inaugura” nova capital

Atualizado em 15 de setembro de 2024 às 15:55
Jacarta enfrenta inundações crônicas. Foto: Beawiharta/Reuters

A Indonésia oficializou sua nova capital, Nusantara, no mês passado, situada em meio à floresta tropical. No entanto, apesar do entusiasmo e das expectativas de crescimento, a cidade ainda está em estágio inicial de construção e só deve estar plenamente operacional na década de 2040.

A pressa em desenvolver uma nova capital está ligada a um problema urgente: o afundamento rápido de Jacarta, a antiga capital da Indonésia. O fenômeno que afeta a cidade é conhecido como subsidência, um tipo de afundamento geológico do solo.

Estima-se que 40% de Jacarta já esteja abaixo do nível do mar, o que resulta em inundações crônicas e problemas de saneamento. A água suja e a proliferação de doenças são consequências diretas dessa situação crítica, que afeta a vida cotidiana dos residentes.

A cidade planejada deve ser o maior legado do presidente Joko Widodo. Foto: Getty Images

Estudos sobre o afundamento revelam que a cidade tem uma taxa média de afundamento de 7,5 centímetros por ano, a maior velocidade do mundo durante o período de medição entre 1982 e 2011. As áreas mais afetadas são a zona norte e a região de  Cikarang. Especialistas estimam que, se a tendência continuar, até 95% do local poderá estar submerso em 30 anos.

Os principais fatores para a subsidência em Jacarta incluem urbanização rápida e desordenada, extração excessiva de água subterrânea, subsidência natural relacionada a fenômenos tectônicos e compactação dos sedimentos pouco consolidados. A pressão urbana e o uso intenso de água subterrânea estão entre os maiores contribuintes para a perda de sustentação do solo.

Além de Jacarta, outras grandes cidades ao redor do mundo enfrentam problemas semelhantes devido à extração de água subterrânea, como Pequim, Houston e Cidade do México. Em Washington D.C., o solo está cedendo devido ao derretimento de uma camada de gelo subterrânea da última era glacial, mas esse problema ainda não preocupa os especialistas por conta do seu ritmo lento.

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