Com o Palácio do Planalto tomado por centenas de pessoas e filas que chegaram a dar volta ao redor do prédio, Marina Silva tomou posse como ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), nesta quarta-feira (4).
Depois de ter deixado o ministério há 14 anos, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marina retorna ao comando do MMA com a missão de retomar o protagonismo do Brasil na defesa ambiental, com a reinserção do País na comunidade internacional.
“Eu quero começar agradecendo, em primeiro lugar, a Deus, em segundo lugar, ao povo brasileiro, que elegeu o presidente Lula pela terceira vez. Num momento mais difícil, o povo brasileiro teve a sabedoria de estancar a barbárie e não cair num precipício”, disse Marina, ao iniciar o seu discurso.
A ministra destacou que o país terá o desafio de cumprir com o Acordo de Paris, de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025, com relação ao que era em 2005. “O Brasil tem desafio para honrar o compromisso do Acordo de Paris”, afirmou.
No governo Bolsonaro (PL), o Brasil aumentou, em vez de reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Em 2021, o aumento foi de mais de 12% com relação ao ano anterior.
A ministra disse que, além de combater atividades como o garimpo ilegal e o desmatamento, o país tem como meta recuperar 12 mil de hectares de área degradada: “Que a gente deixe de ser o pior cartão de visitas para nossos interesses estratégicos e passe a ser o melhor. Se as pessoas querem produtos de base sustentável, aqui deverá ser o endereço”.
Marina também revelou o primeiro nome do primeiro escalão da pasta, o ambientalista João Paulo Capobianco, que será secretário-executivo do ministério, cargo que já ocupou nas outras gestões de Marina à frente da pasta.
Ela exaltou ainda o esforço da sociedade civil e de servidores no combate ao desmonte da área na gestão de Bolsonaro, e lembrou o assassinato de indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips como forma simbólica desse processo.
“O estrago só não foi maior por conta de organizações, servidores públicos e parlamentares que se colocaram à frente de todo esse processo de desmonte. Sobretudo servidores públicos e também setores do Judiciário, que junto com essa sociedade corajosa, se colocaram à frente como verdadeiros anteparos da resistência da luta ambiental”, declarou. “Basta de perseguição e assédio institucional. Vocês merecem e serão respeitados”.
A posse de Marina aconteceu no Palácio do Planalto, diante de um salão lotado de pessoas. Estiveram no palco, ao lado da ministra, o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a primeira-dama, Janja, e a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, além de outras autoridades e pessoas da área ambiental.
Ela terminou o discurso dizendo que, no futuro, “os nossos filhos e netos já nascerão sustentabilistas”, sejam quais forem as suas convicções econômicas. “Só os negacionistas não reconhecem o imperativo ético dessa agenda.”
Veja o vídeo:
?? AGORA: Com o Palácio do Planalto lotado, ministra Marina Silva chega para a sua cerimônia de posse.
Mais de mil pessoas acompanham, agora, a cerimônia na sede do governo federal. pic.twitter.com/lIrysmzAoI
— Eixo Político (@eixopolitico) January 4, 2023