Por Moisés Mendes
Em algum momento, mesmo que não passe a faixa a Lula, Bolsonaro terá de reaparecer e voltar a falar.
E vai falar em que tom? Se falar baixo, pode frustrar os patriotas. Se falar em tom muito alto, pode ser acusado de golpismo.
É muito ruim a situação do sujeito, considerando-se que todos esperam que ele reapareça.
A calibragem do conteúdo da fala, do tom e do volume da voz será um desafio e tanto.
E onde Bolsonaro irá reaparecer? No cercado do Alvorada, antes da posse de Lula?
Depois da posse, na casa que abrigava o comitê de campanha e agora é a sede do golpe em Brasília? No escritório bancado pelo PL?
Fará uma live ao lado de Magno Malta ou de Sergio Moro?
Com que cara e com que roupa Bolsonaro irá reaparecer?
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NAZISTAS
Quem quiser entender melhor a expansão da extrema direita no Rio Grande do Sul deve acompanhar o que o jornalista Cid Martins tem falado na Rádio Gaúcha e escrito em Zero Hora sobre o nazismo no Estado e no sul do país.
As informações mais recentes são sobre os nazistas presos em reunião em Santa Catarina. Tem nazista condenado por agressão grave andando por aí.
E tem gente preocupada com os nazistas ucranianos. É mais cômodo.
O corajoso Cid Martins é o mais premiado jornalista gaúcho. Hoje, pelas circunstâncias de disseminação de todas as formas de fascismo e racismo, seu trabalho é o mais relevante da imprensa no Estado.
20 de Novembro é o Dia da Consciência Negra.
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OPORTUNISTAS
O diretor de relações com a imprensa da Fifa, Bryan Swanson, se declarou gay hoje, sentado ao lado do presidente da Fifa, Gianni Infantino, para dizer que Infantino é um cara legal, mesmo que o Catar persiga gays e que a Copa esteja expondo essa perseguição, mas Infantino não persegue ninguém, e ele, Swanson, é a prova de que Infantino e a Fifa são legais, e que o Catar isso e aquilo.
Entenderam? Os negócios do futebol e suas promiscuidades com a bandidagem internacional exigem longas explicações oportunistas.
O presidente da Fifa dizendo que se sente como se fosse gay, e o empregado dele dizendo que é gay.
Os gays não devem ter gostado dessa mistura de um desabafo íntimo com a demagogia e as atividades mafiosas da Fifa.
A Fifa está tentando abafar a homofobia que existe no Catar, como política de Estado (além de outras barbaridades), e usa um funcionário para passar pano nos crimes do anfitrião da Copa?
E o diretor de imprensa se presta a participar desse teatro para livrar a cara do chefe com o regime opressor do Catar.
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CASA DO GOLPE
A grande imprensa se faz de boba e deixa o site Metrópoles sozinho na cobertura da casa onde o golpe é articulado em Brasília.
O jornalismo das corporações vive seu pior momento desde a redemocratização. Mais por covardia do que por incompetência.
Originalmente publicado em BLOG DO MOISÉS MENDES