Quatro anos após o início da pandemia de Covid-19, o Brasil ainda registra a morte de ao menos três crianças ou adolescentes a cada quatro dias devido a complicações da doença, conforme dados do Observa-Infância. Essa análise revela uma associação entre as baixas taxas de cobertura vacinal e a persistência da mortalidade nessa faixa etária, com apenas cerca de 11,4% das crianças vacinadas até o momento.

A cobertura vacinal é especialmente baixa entre crianças de 3 a 4 anos, com apenas 23% tendo recebido duas doses da vacina e 7% completando o esquema com três doses. Na faixa de 5 a 11 anos, a situação é um pouco melhor, com 55,9% tendo recebido duas doses e 12,8% completando o esquema.

Embora haja uma queda significativa nas mortes desde que as vacinas se tornaram disponíveis para o público infantojuvenil, a situação ainda é preocupante, conforme Cristiano Boccolini, pesquisador da Fiocruz e coordenador do Observa Infância. Ele destaca que a estabilização dos números de óbitos em 2024 não é motivo de comemoração, indicando a necessidade de ampliar a cobertura vacinal.

Boccolini ressalta que, apesar da alta incidência de dengue, a Covid-19 não deve ser negligenciada, especialmente considerando que as crianças continuam morrendo mais de Covid-19 do que de dengue. Em 2024, das 48 mortes registradas, a maioria ocorreu em crianças com menos de 2 anos.

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