Com Zelenski e Bolsonaro na posse, Javier Milei assume a Argentina neste domingo (10)

Atualizado em 10 de dezembro de 2023 às 7:06
O presidente eleito da Argentina, Javier Milei. Foto: AFP

Neste domingo (10), o economista de extrema-direita Javieri Milei, assumirá a presidência da Argentina.

Ele será empossado pelo  presidente Alberto Fernández, prestará juramento perante a Assembleia Legislativa e discursará para seus seguidores.

Independentemente do formato, Milei enfrentará a decisão crucial de direcionar sua fala, continuando o discurso polarizado ou adotando um tom mais inclusivo para os 46% da população que não o apoiou.

Quanto ao conteúdo do discurso, espera-se que revele os detalhes das reformas, privatizações, aumentos de tarifas e mudanças no cenário trabalhista e previdenciário, prometidos durante a campanha.

No domingo, às 10h30 da manhã, o anarcocapitalista deixará o Hotel Libertador, sua base nos últimos meses, e seguirá para o Congresso Nacional.

A área circundante ao Congresso será restrita desde as 8h da manhã, com três anéis de segurança, helicópteros, atiradores de elite, veículos blindados e centenas de agentes envolvidos. Na chegada ao Congresso, Milei será recebido na explanada pela vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner.

Embora a posse de Milei tenha várias etapas programadas – Casa Rosada, Catedral e Teatro Colón -, o ponto focal será o Congresso. Esta será uma quebra tradicional, pois, ao contrário dos últimos 40 anos, Milei optará por discursar fora do recinto, nas escadarias, diante de seus seguidores.

Essa escolha tem gerado desconforto entre a oposição política, setores provinciais e judiciários. A decisão de Milei de virar as costas não apenas para os legisladores, mas também para outros poderes presentes, como governadores e juízes da Suprema Corte, é vista como um gesto desafiador.

O domingo também marcará o anúncio oficial das propostas econômicas de Milei para seu mandato. Embora os detalhes ainda sejam desconhecidos, vazamentos sugerem reformas no Estado, reduzindo de 18 para 9 ministérios entre outras medidas consideradas como drásticas.

Outras iniciativas incluem modificações fiscais e alterações na legislação trabalhista. Estas propostas, que serão discutidas durante as sessões extraordinárias no verão, poderiam enfrentar resistência no Congresso, onde Milei tem apoio de apenas 15% dos legisladores.

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Extrema-direita internacional

Uma vez dentro da Casa de Governo, às 14 horas, Milei receberá os representantes estrangeiros que viajaram para a Argentina para participar de sua posse.

Haverá representantes da extrema direita internacional, que fizeram da capital da Argentina a Meca do fascismo mundial nos últimos dias, reunindo nomes como o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, o líder do VOX Santiago Abascal, assim como diversos mandatários europeus – como o Rei Felipe VI da Espanha, o húngaro Viktor Orbán e até o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky. Dentre os latino-americanos, estarão presentes o uruguaio Luis Lacalle Pou e o chileno Gabriel Boric.

Às 17h30, está prevista a posse dos ministros no Salão Branco, e às 19h, uma missa “inter-religiosa” na Catedral Metropolitana.

O encerramento será às 20h30, com uma apresentação especial no Teatro Colón.

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