Combata Fake News: MST é alvo do bolsonarismo na reta final da campanha. Elencamos as verdades de cada caso

Atualizado em 25 de outubro de 2022 às 19:58
Bandeira do MST. Imagem: Reprodução

Uma enxurrada de fake news tem tomado as redes sociais nas últimas semanas de campanha mirando o MST com nítido intuito de atingir a candidatura de Lula à Presidência. Algumas histórias requentadas (como a falsa acusação de matança de animais) e outras inventadas recentemente chegam a todo momento a milhares de usuários em grupos de Whatsapp e nas redes sociais como Facebook e Instagram.

O Movimento vem executando um trabalho cotidiano de estabelecer e espalhar a verdade, numa estratégia que depende da ação coletiva da militância e conta também com o trabalho jornalístico de algumas agências de checagem. A batalha da informação tem papel central na disputa eleitoral e na defesa da Democracia.

Aqui, separamos um compilado dos últimos ataques direcionados ao MST, facilitando a difusão das verdades neste momento tão crucial:

É MENTIRA que o MST tenha explodido embarcação no Rio Madeira

Circula nas redes sociais um vídeo que mostra a explosão de uma embarcação no meio de um rio enquanto pessoas em terra gritam em desespero. Legendas e áudios afirmam que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) implodiu uma balsa matando mais de 50 pessoas. É #FAKE (mentira).

Apuração do G1 mostra que o vídeo foi gravado durante ação da Polícia Federal e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para explodir balsas de garimpeiros ilegais no rio Madeira em outubro de 2022.

A direção do MST afirma que o movimento não possui nenhum vínculo com o que está sendo noticiado por este vídeo, e que o mesmo é instrumento de mais uma notícia falsa produzida por bolsonaristas, que tem o objetivo de produzir desinformação para criminalizar os Sem Terra e causar pânico eleitoral contra a campanha de Lula à presidência.

É MENTIRA que o MST estaria bloqueando o fluxo de água da transposição do Rio São Francisco

Desta vez, nos acusam de estar bloqueando o curso de água do Rio São Francisco para impedir a chegada do recurso a quem precisa. Logo nós, que sempre defendemos o direito ao livre acesso e a destinação das águas da transposição para os pequenos agricultores e fazemos a crítica a sua destinação para grandes projetos do capital na agricultura.

Ressaltamos que não temos nenhum conhecimento sobre o fato retratado e difundido no vídeo. O vídeo, aliás, nem deixa claro que se trata de um protesto ou algo do tipo, que mais parece uma obra para estabelecer a travessia entre as margens. Também não há nenhuma simbologia do MST entre os presentes, seja boné ou bandeira.

Lamentamos que, nesta reta final da corrida eleitoral de 2022, o número de ataques deste tipo esteja aumentando e a desinformação seja um cavalo de batalha do campo bolsonarista contra o MST e na sua tentativa de atingir a candidatura Lula. A verdade vencerá.

É MENTIRA que o MST tenha realizado uma matança de animais em fazenda ocupada

Mais uma vez, a direita, que joga na irracionalidade e desinformação, resgata uma Fake News que circulou pela primeira vez há sete anos, em 2015. Na primeira versão (agora repaginada), acusações dão conta que trabalhadores rurais ligados ao MST estariam abatendo centenas de vacas prenhas em fazendas do sul e sudeste do Pará. À época, o Movimento no estado emitiu uma nota pública para desmentir a onda fake.

Para a direção estadual do MST, “isso não passa de mais uma acusação infundada com o intuito de incitar o ódio de setores conservadores da sociedade contra as formas legítimas de manifestação pelos direitos sociais garantidos pela constituição brasileira”.

“Queremos afirmar que as postagens que estão circulando estão dentro desta investida da direita raivosa, que busca camuflar quem realmente comete crimes ambientais e assassinatos de trabalhadores rurais, indígenas, povos tradicionais, como o que está acontecendo em São Felix do Xingu e Anapú (aonde foi assassinada em 2005 a freira Doroth Stang) que neste ano de 2015, 7 trabalhadores foram assassinados pelos latifundiários e pelos patrocinadores do Agronegócio e da morte”, aponta a nota.

É MENTIRA que o MST declarou apoio a Bolsonaro!

MTS não declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL)

Seguimos firmes com Lula rumo à vitória no próximo domingo e unidos no combate ao bolsonarismo e todo o retrocesso que ele representa.

É Lula quem poderá retomar o crescimento do país, com geração de empregos, valorização do salário, queda do preço dos alimentos e uma política de Reforma Agrária que dê condições de produzirmos alimentos saudáveis para o povo.

É MENTIRA que o MST tenha atacado e destruído uma plantação de mamão no Espírito Santo

Apuração da Folha de São Paulo aponta que não há envolvimento do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) em um ataque a uma plantação de mamão e café na cidade de Aracruz, no norte do Espírito Santo, ao contrário do que afirmam publicações no YouTube. No vídeo, o responsável pelo post não cita nominalmente o movimento social, mas afirma que o ataque “é reflexo da vitória” da esquerda e do ex-presidente Lula (PT) no primeiro turno das eleições presidenciais.

Segundo nota da polícia, a suspeita é que o ataque tenha ocorrido por “motivações pessoais” contra o dono da fazenda. À reportagem, o proprietário disse que não sabe dizer quem teria sido o autor dos ataques, mas que o que é dito no vídeo “é uma mentira”.

Em nota, a direção do MST informou que o movimento “não possui nenhum vínculo com o que está sendo noticiado por este vídeo, e que o mesmo é instrumento de mais uma notícia falsa produzida por bolsonaristas, que têm o objetivo de produzir desinformação para criminalizar os sem-terra e causar pânico eleitoral contra a campanha de Lula à presidência”.

É MENTIRA que o MST tenha incendiado carros usados pela Diocese de Marabá

Na tarde da última terça-feira (18), começou a circular em grupos de WhatsApp mensagens falsas (fake news) sobre um acidente envolvendo o Padre Zeno e irmãs pequeninas, de Eldorado do Carajás, no Sudeste do Pará, nas quais pessoas maliciosas acusaram movimentos sociais de reforma agrária, sob motivações políticas, de incendiar carros que estavam sob responsabilidade da Diocese de Marabá durante um retiro de descanso na Ilha do Ronco, no assentamento Castanhal Araras, em São João do Araguaia (PA).

Como já divulgado em nota pela Diocese de Marabá, no Pará (confira abaixo), nenhum movimento social ou de reforma agrária tem envolvimento com o ocorrido, descartando também motivações políticas.

Nós do MST no Pará e em nível nacional lamentamos o ocorrido e a propagação de fake news para conosco e a Diocese de Marabá, que sempre esteve de portas abertas para as celebrações em memória ao Massacre de Eldorado do Carajás.

Reafirmamos que somos um Movimento que respeita a liberdade religiosa do povo, sendo que muitos estão em nossas fileiras, acampamentos e assentamentos e não aceitamos o uso desrespeitoso da fé e da religião de qualquer brasileiro para ataques caluniosos e criminosos.

É MENTIRA que o MST tenha organizado ocupação de fazenda em Blumenau

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra repudia a divulgação de informações mentirosas, associando o MST a supostas ocupações, em Blumenau no bairro Progresso e em demais municípios do Vale do Itajaí, no estado de Santa Catarina.

Esta semana circulou nas redes sociais fotografias descontextualizadas juntamente com afirmações de que o MST teria realizado ocupações na região. Tratam-se de afirmações mentirosas e com intencionalidade duvidosa de criminalizar o MST, as famílias Sem Terra e a luta pela Reforma Agrária no país.

Publicado originalmente no site do MST

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