A nova ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, é conhecida por sua postura firme em defesa do combate à desigualdade e à violência de gênero.
Evaristo substituiu o ex-ministro Silvio Almeida, que foi demitido na última sexta-feira (6) em meio a denúncias de assédio e importunação sexual. Silvio, por sua vez, nega as acusações.
Deputada estadual pelo PT de Minas Gerais, a parlamentar usou a tribuna da Assembleia Legislativa para celebrar o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março. Durante seu discurso, criticou a “cultura que objetifica as mulheres e que faz alguns homens entenderem que têm direito a propriedade sobre as mulheres, sobre o corpo das mulheres”.
Evaristo destacou indicadores de feminicídios e desigualdade salarial entre homens e mulheres, e denunciou tentativas de constranger e intimidar mulheres na política.
“Temem a presença de mulheres neste espaço porque sabem que os nossos corpos e as nossas vozes estão aqui para desconstruir esse sistema hierárquico do Estado brasileiro. Um sistema segregador, um sistema que deixou mulheres à margem dos direitos”, afirmou.
Em seu primeiro discurso como deputada, em fevereiro do ano passado, a parlamentar abordou a escassez de mulheres negras em cargos eletivos. “Nossos passos vêm de longe, porque a nossa caminhada é coletiva, contínua, de muitos anos”, disse.
“Então não chego sozinha, não estarei sozinha e, como bem diz a Maria Bethânia: Eu não ando só”, acrescentou Evaristo.