Comitiva brasileira vai aos EUA e faz alerta sobre ameaças de Bolsonaro às eleições

Atualizado em 26 de julho de 2022 às 14:59
Prédio do Capitólio em Washington, nos EUA
Foto: Leah Millis/Arquivo/Reuters

Uma comitiva brasileira, composta por organizações da sociedade civil, foi recebida nesta terça-feira (26) pelo Departamento de Estado americano em Washington. A visita tem como finalidade alertar o governo Biden sobre ameaças do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), ao sistema eleitoral e à democracia.

A comitiva também pede que os EUA reconheçam imediatamente o resultado da eleição, assim que ele for proclamado. O DCM recebeu a seguinte nota:

O Departamento de Estado americano recebeu em Washington nesta terça-feira (26) uma comitiva de 19 organizações da sociedade civil brasileira. O grupo relatou os ataques à democracia em curso no Brasil e pediu que os EUA reconheçam imediatamente o resultado da eleição presidencial de outubro, tão logo a Justiça Eleitoral divulgue a contagem dos votos, seja quem for o vencedor do pleito.

A intenção é evitar que se concretizem as ameaças que têm sido feitas pelo presidente Jair Bolsonaro contra o sistema eleitoral e contra a democracia brasileira. O encontro no Departamento de Estado durou uma hora e meia, a portas fechadas, sem a presença da imprensa.

Entres os membros da comitiva, há representantes de comunidades quilombolas e do movimento negro, além de ambientalistas, defensores de direitos humanos e da causa LGBTIA+. O grupo relatou o aumento da perseguição dirigida a esses setores e o crescimento da violência política no Brasil, manifestando o temor de que a situação piore, caso a eleição de outubro não seja realizada de forma livre e desimpedida.

“A atenção internacional é fundamental neste momento. Queremos informar as autoridades estrangeiras sobre a realidade do processo eleitoral desde o ponto de vista da sociedade civil, para que elas não fiquem à mercê do que é dito apenas pelas autoridades do poder Executivo”, disse Paulo Abrão, diretor-executivo da WBO (Washington Brazil Office), que cuida da agenda da comitiva na capital americana.

À tarde, a comitiva vai para o Capitólio, onde será recebida pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. Na sequência, há encontros individuais com os gabinetes dos senadores Bernie Sanders e Bob Menéndez, além do deputado Mark Takano.

O WBO, que organiza a visita, é um think tank independente e apartidário que se dedica de maneira especializada a promover cooperação e conhecimento sobre a realidade brasileira e a oferecer apoio ao trabalho internacional da sociedade civil, movimentos sociais e demais setores do Brasil em Washington, em defesa da democracia, dos direitos humanos, do meio ambiente e das liberdades.

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