Como a PF chegou ao assessor mais próximo de Lira em Maceió

Atualizado em 2 de junho de 2023 às 13:42
Arthur Lira e seu assessor Luciano Cavalcante (de branco) em evento em Alagoas. Foto: Reprodução/Redes sociais

Após seguir o dinheiro movimentado pela Megalic, empresa suspeita de desviar verba de contratos de kits de robótica assinados durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a Polícia Federal chegou ao assessor mais próximo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). As informações são da Folha de S.Paulo.

Na investigação, a PF descobriu que um casal de Brasília operava os desvios por meio de empresas de fachada que atuavam como receptoras de valores repassados pela Megalic. O casal foi preso na quinta-feira (1º) em operação que também fez buscas contra Luciano Cavalcante, auxiliar de Lira.

Com base nessas transações da Megalic, a PF passou a monitorar o casal de Brasília e descobriu uma intensa movimentação de saques de dinheiro e entregas. A suspeita dos investigadores é que os valores tenham sido destinados a agentes públicos.

A PF acompanhou entre novembro de 2022 e janeiro de 2023 ao menos uma dezena de idas do casal a agências bancárias e entregas de valores em Brasília, cidades próximas e em Maceió (AL).

Em um desses monitoramentos, a PF flagrou o veículo utilizado pelo casal para ir até as agências bancárias e depois usado para fazer as possíveis entregas de dinheiro em Alagoas.

Os investigadores descobriram que o carro estava em nome de uma outra pessoa, mas era utilizado e ficava na residência do auxiliar direto de Lira, Luciano Cavalcante, e sua esposa, Glaucia.

O casal de operadores de Brasília foi flagrado indo até a casa do assessor de Lira. Glaucia foi filmada dirigindo o veículo com os dois durante deslocamentos em Maceió.

A Megalic, que fornecia os kits de robótica, funcionava em uma pequena casa no bairro de Jatiuca, em Maceió, com capital social de R$ 1 milhão. A empresa é apenas uma intermediária e apesar de ter fechado contratos milionários, não produz os kits de robótica.

A empresa está registrada no nome de Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PSD). A proximidade do vereador e de seu pai com Lira é pública. Além da Megalic e de Edmundo Catundo, foram alvos da PF outros aliados de Lira em Alagoas.

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