Ficamos hospedados no Hotel Cidade, que fica situado na rua mais movimentada de Melgaço. É o segundo andar do Supermercado Cidade, que é o maior mercado daqui, com bastantes opções de produtos.
O hotel é ótimo. Limpo, com ar condicionado e frigobar nos quartos. Tudo funcionando bem. O chuveiro não tem aquecimento elétrico, mas nem precisa, a água sai quentinha, às vezes até quente demais.
Melgaço tem um comércio bem pequeno, alguns mercadinhos, lojas de roupas, um salão de beleza e uma bicicletaria. Muitas igrejas evangélicas: são elas que animam a noite da cidade com suas músicas.
Logo no primeiro dia identificamos que as casas com uma placa de ferro vermelha na frente vendiam açaí. Foi nosso jantar nos primeiros dias.
Quase toda casa em que entramos tinha máquina de bater açai. O litro varia de sete a dez reais. Há época do ano em que a mesma medida sai por 50 centavos.
Almoçamos todos os dias no único restaurante da cidade, o “Brasil”. O peixe que eles servem é o filhote, delicioso. Eu comi bem e fiquei bem. Com os meninos que estão comigo não foi bem assim. Eles passaram muito mal, com diarréia. Suspeito que foi um suco que eles tomaram e eu não.
Para nós, relativamente, os preços são mais baixos. Um PF, o prato feito, sai por dez reais. A diária do hotel custa cinquenta reais. Qualquer corrida de moto táxi, 2 reais. Mas, por causa do isolamento, toda a mercadoria do supermercado vem de Belém, fazendo com que os preços sejam mais altos.
Melgaço está me parecendo uma cidade simpática, seus moradores curiosos e conversadores. Andamos todo o tempo tranquilamente e já conhecemos praticamente essa parte urbana inteira.
Minha impressão é que é uma cidade pacífica. A única história de roubo que me contaram foi de uma senhora que conheci. Ela disse que a sua vizinha roubava suas galinhas com linha e vara de pescar.