Como ex-ajudante de Bolsonaro vai explicar à CPI movimentações de R$ 3,3 milhões

Atualizado em 23 de agosto de 2023 às 18:06
Segundo-sargento do Exército Luis Marcos Reis. Foto: Reprodução

A defesa de Luis Marcos Reis, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que o segundo-sargento do Exército já tem uma explicação para dar sobre as movimentações atípicas em sua conta bancária. O militar presta depoimento nesta quinta-feira (24) na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos atos golpistas de 8 de janeiro.

Segundo o advogado Alexandre Vitorino, Reis captava dinheiro com colegas de caserna para fazer investimentos e depois dividir os lucros. “Como sargento do Exército, ele tem uma renumeração de R$ 4 mil a R$ 5 mil. Então, ele tinha essa atividade informal. Pode chamar de bico. Eles se juntam em 15 pessoas. Aí cada um fornece um valor [R$ 10 mil, R$ 15 mil, R$ 20 mil] para a aplicação de juros mais altos. Ele [Reis] me disse que fazia isso com muita habitualidade”, disse Vitorino ao GLOBO.

A defesa ainda alegou que o militar pagava algumas contas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, além de ter vendido um carro para o tenente-coronel Mauro Cid, seu antigo chefe.

Mauro Cid durante depoimento na CPI dos atos golpistas. Foto: Bruno Spada

“Ele tinha uma procuração do Mauro Cid para vender um veículo dele. E repassou o dinheiro para ele”, afirmou Vitorino. “Apesar de estar na Ajudância de Ordens, ele não tem conexões com os negócios da família Bolsonaro. Ele era um praça que tinha uma hierarquia subalterna, e, não fosse pelo fato de ser amigo do Mauro Cid, talvez nem estaria preso hoje”.

Na comissão, Reis será questionado sobre um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que identificou uma movimentação de R$ 3,3 milhões entre 1º de fevereiro de 2022 e 8 de maio. Parte desse dinheiro foi repassado a Cid.

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou na última terça-feira (22) o militar a permanecer em silêncio durante o depoimento à CPMI.

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