A mãe de todas as fake news dos últimos anos é a história de que Lulinha era dono — ou sócio majoritário dependendo da “fonte” — da Friboi.
A fraude embarcou até nas propagandas com Tony Ramos. Na internet, pessoas pediam o boicote da marca “do filho do Lula”. A JBS, dona da Friboi, se viu forçada a esclarecer que os nomes dos acionistas “podem ser encontrados no site”.
“Lá será possível identificar que do total de ações, 44% são de propriedade de uma holding chamada FB Participações, que é formada por membros da família Batista, fundadora da JBS”, avisavam. De nada adiantou.
Enquanto os boçais se refestelavam nesse boato, descobre-se na Operação Carne Fraca da Polícia Federal que a empresa abastecia o caixa do PMDB e do PP.
De acordo com um delegado federal, o dinheiro arrecadado no esquema de corrupção envolvendo fiscais e maiores frigoríficos do País irrigava os dois partidos.
O ministro Osmar Serraglio, aliado de Cunha, teve como maior doador de sua campanha em 2014 a JBS.
O propinoduto era encabeçado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. Em dois anos de investigação, detectou-se que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás “atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público”.
Em 2015, Fábio Luís Lula da Silva pediu abertura de um inquérito policial para investigar as origens desses rumores. Uma postagem de uma conta fake de Eduardo Jorge foi a gota d’água.
Desnecessário acrescentar que não deu em nada.
Ao longo desse tempo, ninguém na imprensa nunca quis perguntar a Lulinha se a conversa procedia. Deixaram o barco rolar porque, afinal, se tratava do inimigo.
Como ficarão os canalhas que alimentaram essa mentira? Mais tranquilos que o Tony Ramos e prontos para a próxima: “Aqui tem confiança”.