Como governo Lula pretende “desmilitarizar” o GSI fortalecido por Bolsonaro

Atualizado em 6 de dezembro de 2022 às 14:06
O presidente eleito Lula
Foto: Reprodução

A equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda a possibilidade de tirar a segurança presidencial e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) do comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), segundo a Folha de S.Paulo.

Até o momento, a pasta continua sob o comando de Augusto Heleno, aliado de Jair Bolsonaro (PL), o que gerou um impasse com a transição, que desconfia do general bolsonarista e não quer dividir a coordenação da segurança do petista na posse com o GSI, como é de costume.

A militarização da inteligência durante o governo Bolsonaro incomoda integrantes da equipe de Lula. A avaliação é de que ainda há resquícios da ditadura militar e que em outros países tanto a Abin quanto a área de segurança do presidente estão sob tutela de civis.

A transição avalia ainda que a proximidade de militares com Bolsonaro faz com que não seja possível contar com o atual quadro da pasta para cuidar de setores sensíveis diante da polarização que vive o país.

Uma das questões em estudo é colocar a Abin sob outra secretaria, como a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). Servidores da Abin, representados pela União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis) defendem que a agência deixe o GSI e levaram a demanda à equipe de Lula.

Já a segurança presidencial ficaria com a Polícia Federal. O delegado Andrei Augusto Passos Rodrigues, que cuida da segurança de Lula desde a campanha, foi nomeado na última sexta-feira (2) para o grupo técnico de inteligência estratégica do gabinete de transição. Ele é citado como um nome forte para o cargo de diretor-geral da PF.

Também foram indicados outros quatro servidores para o grupo: Vladimir de Paula Brito, da Polícia Federal e especialista em inteligência, e outros três nomes mantidos sob sigilo.

A proposta esvaziaria o GSI de duas de suas principais funções. A medida não é vista como unanimidade na equipe do presidente eleito, uma ala da transição resiste ao plano liderada pelo general Gonçalves Dias. Um dos temores sobre a proposta é que a mudança no GSI possa gerar rebuliço no mundo militar, um ponto tratado com atenção pela equipe de Lula.

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