A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) lançou uma estratégia de inteligência para combater os planos do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar autoridades em troca da libertação de integrantes da cúpula da facção. Rafael Velasco Brandini, responsável pela secretaria, assinou a portaria com as novas determinações em 3 de novembro. A informação é da coluna Na Mira no Metrópoles.
A determinação assinada pelo secretário Nacional de Políticas Penais prevê alterações no transporte de presos de “altíssima periculosidade”. Com isso, as operações serão feitas a partir de relatórios de análise de risco elaborados pela Inteligência do Sistema Penitenciário Federal.
Esses documentos serão sigilosos e terão que contar com a autorização de saída assinada por um colegiado de ao menos três autoridades da Senappen. O objetivo é existir um rodízio entre os servidores responsáveis para evitar perseguições, sequestros e até execuções de autoridades.
“Para efeitos desta portaria, serão considerados presos de altíssima periculosidade aqueles com alta probabilidade de evasão mediante resgate ou com indícios de envolvimento em atos preparatórios de ações hostis contra servidores públicos, altas autoridades e a segurança da população”, diz o documento.
Os responsáveis por assinar as autorizações de transferências de presos serão identificados por códigos para preservar suas informações. “As autoridades serão designadas de forma aleatória, periódica e individualizada para compor o Colegiado”, prossegue a portaria.
O primeiro plano elaborado pelo PCC, batizado de STF, prevê três formas de resgatar os detentos da facção: a invasão da Penitenciária Federal de Brasília, o sequestro de autoridades do Senappen e seus familiares ou uma “missão suicida” com uma rebelião iniciada dentro do presídio federal pelo próprio Marcola e o uso de um policial penal como refém. O planejamento foi identificado por relatórios de inteligência.
Autoridades têm feito uma ofensiva contra a facção criminosa desde o ano passado e colheu provas fundamentais para as investigações conduzidas pela Polícia Federal em conjunto com a Senappen. O PCC fazia uso de uma rede ilegal de comunicação por meio de advogados, que transmitiam mensagens entre presos e criminosos fora das grades.