A rede social X, antigo Twitter, voltou a funcionar para alguns usuários no Brasil nesta quarta-feira (18) após quase 20 dias de bloqueio imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O aplicativo driblou a ordem judicial utilizando uma estratégia conhecida como IP dinâmico, segundo a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint).
Segundo a Abrint, a plataforma de Elon Musk utilizou o serviço Cloudflare, que fornece endereços IP dinâmicos, para burlar o bloqueio. O Cloudflare atua como um proxy reverso em nuvem, agindo como intermediário entre os usuários e os servidores do X. Isso permite que o endereço IP real do aplicativo seja constantemente alterado, dificultando o bloqueio pelos provedores de internet.
Os endereços IP são números únicos atribuídos a cada máquina ou servidor na internet, similares aos números das casas em uma rua. O uso do Cloudflare “esconde” esses números, tornando o bloqueio mais complicado, já que os IPs são compartilhados com outros serviços legítimos, como bancos e grandes plataformas.
A Abrint ressaltou a complexidade de tentar bloquear o Cloudflare, pois isso poderia impactar o funcionamento de outros serviços que dependem dessa mesma infraestrutura. A associação está aguardando orientações da Anatel para evitar prejuízos a serviços essenciais.
A recomendação da Abrint para os provedores regionais, responsáveis por mais de 53% do mercado de banda larga no Brasil, é que não realizem bloqueios individuais até receberem uma orientação oficial. Bloqueios inadequados poderiam afetar negativamente empresas e usuários de serviços essenciais que compartilham os IPs dinâmicos fornecidos pelo Cloudflare.
Vale destacar que, até o momento, a Anatel e o STF afirmaram que a decisão judicial de bloqueio do X continua em vigor. As operadoras ainda não se manifestaram sobre o uso de IP dinâmico e as possíveis complicações envolvidas.