Uma mudança no registro dos servidores do X (antigo Twitter) possibilitou que alguns brasileiros voltassem a acessar a rede social do bilionário Elon Musk. Responsáveis pelo bloqueio, os provedores de internet afirmam que a atualização na plataforma dificulta a restrição.
Segundo os provedores, o X passou a usar um novo software que funciona como um “escudo” para proteger seus servidores, conhecido como “proxy reverso”, fornecido pela Cloudflare – que oferece serviço para grandes empresas brasileiras, incluindo bancos.
Com essa mudança, o tráfego da rede social é distribuído por novas rotas e dificulta o bloqueio, de acordo com representantes da Associação Brasileira dos Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT).
“O X passou a funcionar com um novo software, que não está mais usando os IPs da rede social, mas da Cloudflare. Não é uma coisa simples de bloquear. Eles fizeram uma modificação para tornar o bloqueio muito mais difícil”, disse Basílio Rodríguez Perez, conselheiro da ABRINT. “Os provedores não têm o que fazer. Vamos aguardar a definição oficial sobre como proceder”, acrescentou.
Perez destacou que é “quase impossível” bloquear o Cloudflare sem restringir “uma série de serviços legítimos e necessários” que rodam com o sistema da empresa.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está em contato com os provedores para definir os próximos passos, uma vez que o IP (Protocolo de Internet) mudou.
Ao usar um proxy reverso, o X conseguiu “mascarar” o IP real do servidor. “Um proxy reverso, como o oferecido pela Cloudflare, funciona como um intermediário que gerencia o tráfego da Internet entre os usuários e o servidor de um site. Ele não só melhora a segurança e a velocidade do site, mas também permite mascarar o IP real do servidor, mostrando apenas o IP do proxy”, explicou Pedro Diógenes, diretor técnico para a América Latina na empresa de tecnologia CLM.