Como os pedófilos roubam fotos e vídeos de crianças na web para alimentar mercado criminoso

Atualizado em 8 de julho de 2024 às 6:55
Criminosos operam em diversas plataformas digitais – Foto: Reprodução

Fotos e vídeos de crianças em momentos de lazer e diversão estão amplamente presentes nas redes sociais. Pais e mães compartilham esses registros, sem imaginar que criminosos podem usar essas imagens para alimentar o mercado da pedofilia. Uma investigação de quatro meses realizada e divulgada pelo Fantástico, da TV Globo, mostrou como esses criminosos operam, se infiltrando em salas de bate-papo e grupos de mensagens.

”Códigos”

Pedófilos utilizam códigos específicos para se comunicar e identificar imagens de crianças nas redes sociais. Termos aparentemente inofensivos, como “perdoe, pequena” e “errei, fui Raulzito”, são usados para marcar fotos que chamam a atenção deles.

“Errei, fui Raulzito” refere-se a um influenciador digital preso por crimes sexuais contra menores – a investigação expôs essas práticas após monitorar trocas de mensagens durante quatro meses.

O youtuber RaulZito.
Reprodução

O influenciador digital Jonas Carvalho foi um dos afetados. Após perder o emprego, ele começou a postar vídeos de seus filhos Eloá, de 3 anos, e Davi Lucca, de 2 meses. “Eu comecei a gravar a rotina deles. Mas a internet é perigosa. Muitos comentários são, na verdade, assédio disfarçado”, diz Jonas. Os códigos nos comentários eram utilizados por pedófilos para identificar fotos de seus filhos.

Com isso, Jonas passou a ser mais cauteloso ao compartilhar fotos e vídeos de seus filhos. “Mudei meu conteúdo. Já não gravo mais ela de frente descendo escorregador. Se a roupa levanta um pouquinho, eu já corto, coloco um borrão na frente. Meus vídeos têm alertado muitos pais”, explica o influenciador.

O que dizem as redes sociais

As plataformas de redes sociais e aplicativos de mensagens onde o fenômeno está ocorrendo também foram questionadas.

Acerca disso, o Telegram afirmou que monitora ativamente conteúdos prejudiciais, incluindo material de abuso infantil, e informou que mais de 62 mil grupos e canais foram removidos em junho.

O TikTok, por sua vez, declarou ter uma política de tolerância zero para conteúdo de abuso infantil, removendo-o imediatamente e reportando os casos às autoridades.

Já a Meta, responsável por Instagram, Facebook e WhatsApp, disse que trabalha proativamente para eliminar esse tipo de material e coopera com as autoridades.

Meta e aplicativos da empresa – Foto: Reprodução

Ação governamental

Vale ressaltar que o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania propôs uma resolução para responsabilizar aqueles que operam plataformas de comunicação na internet. “Essa resolução cria um grupo de trabalho que, em 90 dias, vai propor uma política nacional de proteção para crianças e adolescentes no ambiente digital”, afirmou Cláudio Augusto Vieira da Silva, secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.

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