De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), policiais encarregados da segurança pessoal do bicheiro Rogério Andrade enfrentavam uma série de requisitos rigorosos, incluindo horários estritos, códigos de vestimenta específicos, cuidados com os veículos do grupo e vigilância constante dos inimigos.
O grupo de segurança, composto por policiais militares, recebia salários de até R$ 7,6 mil para realizar tarefas como acompanhar, dirigir e garantir a proteção do contraventor e sua família, conforme informações do G1.
Segundo as investigações do MPRJ, esses seguranças operavam como uma espécie de “exército particular”, equipados com armamentos próprios e encarregados de realizar diversas atividades, desde missões de patrulha até confrontos armados.
Os investigadores suspeitam que o bicheiro empregava essa força de trabalho especializada para enfrentar ameaças de organizações rivais e de membros não corruptos das forças de segurança pública.
Em uma operação realizada nesta quarta-feira (20), agentes do MPRJ e da Corregedoria da Polícia Militar efetuaram a prisão de 18 policiais militares acusados de atuar como seguranças de Rogério Andrade. Eles foram denunciados por participação em organização criminosa.
Vampiros
Um total de 36 seguranças pessoais prestavam serviços de proteção à família Andrade, sendo que 14 deles compunham o círculo de confiança do bicheiro e desempenhavam suas funções durante o período noturno. Esses indivíduos eram parte integrante do grupo de troca de mensagens por aplicativo conhecido como “Vampiros”.
Durante o período de investigação, os agentes conseguiram interceptar mais de 14,5 mil mensagens trocadas entre os membros desse grupo, abrangendo o período de outubro de 2019 a maio de 2022. Surpreendentemente, a rotina de comunicação do grupo não foi interrompida, mesmo quando Rogério Andrade estava foragido.
Uma das mensagens enviadas no grupo dos seguranças exemplifica a cobrança por comprometimento: “Não quero questionamentos! Não tá satisfeito. Tá achando que trabalha muito. (…) Tá no lugar errado. Tá no cavalo, banca! Tá dobrando, banca! Quem tá com a patroa, é até as 19h ou até o término”, dizia uma das mensagens de cobrança no grupo dos seguranças.
De acordo com a denúncia, a falta de cautela dos seguranças ao trocarem mensagens no grupo “Vampiros” contribuiu para a identificação dos policiais envolvidos. Informações pessoais, como datas de aniversários, números de documentos (CPF e RG) e até mesmo chaves Pix, facilitaram a confirmação dos nomes dos envolvidos.
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