“Comunista do inferno”: bolsonarista presa em Araraquara ao violar quarentena vai responder por ter mordido policial

Atualizado em 13 de abril de 2020 às 17:36
Silvana Tavares Zavatti culpou o comunismo e o governador João Doria por não poder usar a praça (Imagem: reprodução)

Araraquara viveu nesta segunda, 13, uma cena que deve se intensificar no país, especialmente considerando o exemplo do presidente Jair Bolsonaro, que todos os dias incita a população a descumprir leis municipais e estaduais de isolamento social por causa da pandemia do coronavírus.

A Guarda Civil Municipal da cidade do interior de São Paulo teve de deter uma mulher de 44 anos, após ela se recusar a sair de uma praça por descumprimento de um decreto municipal de quarentena.

Durante a abordagem, em Vila Harmonia, um bairro de classe média alta, Silvana Tavares Zavatti resistiu e mordeu o braço de uma das guardas.

O vídeo (veja abaixo) da prisão viralizou nas redes sociais.

O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de Araraquara como infração de medida sanitária preventiva e resistência.

Silvana Tavares Zavatti, administradora de empresas, será investigada, segundo informou ao DCM o coronel João Alberto Nogueira Junior, Secretário Municipal de Cooperação dos Assuntos de Segurança Pública.

DCM: Qual a determinação que a população da cidade tem que seguir afinal? 

Coronel João Alberto Nogueira Junior: Nosso decreto é alinhado com o do Estado e prevê o fechamento, de forma excepcional em função da pandemia, de serviços não essenciais e também vedamos a utilização das praças e espaços públicos para práticas de esportes, lazer e cultura. O objetivo é evitar aglomeração.

E como é a atuação da prefeitura?

O que foi possível fechar, nós fechamos. E desde 24 de março estamos fazendo a fiscalização de rotina, sempre focados na orientação. Os guardas utilizam um megafone para alertar as pessoas. Nunca tivemos problemas até essa segunda-feira. Nas maioria dos casos, pedimos e os moradores atendem prontamente.

O que houve desta vez?

Foi solicitado que a moradora deixasse o local, mas ela insistiu em não atender ao pedido. Tudo foi tentado, então não tivemos alternativa. Ela foi detida por desobediência, resistiu e foi conduzida até o Distrito.

Ela chegou a morder uma policial.

Sim, por isso foi enquadrada. Vai responder criminalmente pelo ato que praticou.

Isso é frequente em Araraquara?

É a primeira vez. Não tivemos nenhum problema até agora.

Até guando o decreto vigora?

Até 21 de abril.

O episódio vai mudar a rotina de trabalho da guarda?

Não. Entendemos que foi um fato isolado, mas é preciso alertar que a tendência das pessoas é relaxar. Por isso a nossa preocupação. Em Araraquara já registramos 28 casos e 2 mortes por coronavírus.

Aqui o isolamento social está na casa dos 47%. Nosso objetivo é conscientizar a sociedade para a importância de ficar em casa. Esse é o nosso papel, e está sendo cumprido a risca, apesar desta exceção.