Os moradores do condomínio Dom Maurício, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, foram surpreendidos hoje por uma carta da administradora, o Grupo Líder, que pede que evitem manifestações barulhentas contra Jair Bolsonaro.
Quem assina a carta é Kátia Regina Cecílio, gerente geral de condomínios, profissional da administradora. Mas ela não fala por si. “Na qualidade de Administradores de Condomínio em epígrafe, atendendo pedido do Sr. Síndico, servimo-nos da presente para solicitar a todos uma maior consideração dos demais moradores do condomínio no tocante à realização de manifestações politicas em sua unidade”, escreve.
Na época que havia manifestações contra Dilma Rousseff, quatro anos atrás, não houve nenhuma correspondência desse tipo. Parece muito mais implicância de algum bolsonarista renitente, incapaz de conviver com manifestações contrárias a seu ponto de vista.
Seria o síndico? Os moradores não sabem.
A administradora apela ainda para empatia (!?!), como requisito para evitar manifestações mais empolgadas.
“Desta forma, pedimos a todos que, ao fazer uso seu direito de manifestação, não se esqueça da empatia que sempre foi uma característica do condomínio Dom Maurício e busquem fazê-lo de forma a minimizar ao máximo o transtorno causado aos demais moradores”, afirmou.
Um dos moradores que receberam a carta concordou em um único ponto: que se evitem palavrões na manifestação, mas, para ele, tentar cercear um direito, o de manifestação, é ilegal, já que os panelaços, apitaços e barulhaços são realizados antes das 22 horas.
Apesar da ofício, os moradores não dão sinais de que vão poupar Bolsonaro em uma época crítica como a que se vive agora. Os bolsonaristas precisam aprender a viver em um ambiente democrático.