O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta segunda-feira (18) que foram abertos dois Processos Administrativos Disciplinares (PADs) para investigar a morte de Heloísa dos Santos Silva, baleada durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Rio de Janeiro.
A menina de 3 anos estava em um carro com os pais, a tia e a irmã, quando foi baleada em Seropédica, na Baixada Fluminense, no último dia 7. Heloísa morreu no sábado (16), após 9 dias internada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias.
Um dos PADs irá apurar o motivo dos disparos, enquanto o outro vai investigar a ida de policiais rodoviários federais ao hospital onde Heloísa estava internada. Segundo o ministro, os processos tramitam na Corregedoria Nacional da PRF, em Brasília.
“Vamos separar as circunstâncias com esse PAD e saber quantos foram [ao hospital], porque foram, se esses fins eram legítimos ou se eventualmente houve um quadro absolutamente incompatível com a lei relativo à tentativa, quem sabe, de dissuadir ou ameaçar a família”, disse.
Dino classificou o episódio como “absurdo” e afirmou que a conduta dos agentes contraria as normas da própria corporação. “As normas dizem que não é possível a um agente, diante da não parada de um veículo, disparar arma de fogo. Isso está escrito nas normas da PRF. Estamos lutando para que essas e outras normas sejam cumpridas adequadamente”, garantiu.
O ministro ainda disse que “há um esforço sincero” do governo para reduzir o número de mortes em ocorrências da PRF. Segundo dados apresentados nesta segunda-feira, foram 44 mortes em 2022 e, neste ano, oito.
“Estamos iniciando uma trajetória de decréscimo. Oito mortes ainda é muito, queremos e vamos alcançar que esse número seja zero”, declarou.