Valentina Petrillo, 50, será a primeira atleta trans a competir nas Paralimpíadas, representando a Itália em Paris-2024. Ela participará nas provas de 200 e 400 metros na categoria T12, destinada a deficientes visuais.
Com um histórico notável no atletismo, Petrillo traz consigo uma jornada de superação e transformação.
Diagnosticada com a doença de Stargardt aos 14 anos, Valentina perdeu gradualmente a visão central e a capacidade de distinguir cores. Hoje, sua visão é reduzida a apenas 1/50 da capacidade normal.
Em uma entrevista à BBC, ela destacou a importância de sua participação nas Paralimpíadas como um “símbolo importante de inclusão” e um marco histórico para a comunidade trans.
A transição de Valentina começou em 2018, após anos competindo e acumulando 11 títulos nacionais em categorias masculinas. No ano passado, já reconhecida como mulher trans, Petrillo conquistou duas medalhas de bronze no Campeonato Mundial de Para-Atletismo em Paris, consolidando sua posição como uma atleta de destaque.
Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (CPI), declarou que Valentina será “bem-vinda” nos Jogos de Paris, embora expresse o desejo de uma maior unidade global em torno das políticas para atletas trans no esporte. A posição do CPI permite que cada órgão esportivo internacional estabeleça suas próprias regras sobre a participação de pessoas trans.
Vale ressaltar que no Campeonato Mundial de Para-Atletismo, a participação de atletas trans é permitida, desde que o competidor seja legalmente reconhecido como pertencente ao gênero para o qual fez a transição. Por outro lado, no Campeonato Mundial de Atletismo, pessoas trans são proibidas de competir em eventos internacionais, visando “manter a justiça”, conforme afirmou o presidente do órgão, Lord Coe.
Valentina compartilhou as mudanças físicas que experimentou após iniciar a terapia hormonal, explicando como isso impactou seu desempenho esportivo.
“Não sou a pessoa energética que eu era. Ganhei 10 kg, fiquei anêmica, minha hemoglobina está baixa, e minha força física diminuiu”, relatou, acrescentando que essas mudanças são uma parte significativa de sua transição.
Defensora dos direitos das pessoas trans, Petrillo argumenta que não se deve discriminar com base em identidade de gênero, assim como em raça, religião ou ideologia política. Para ela, “excluir atletas trans claramente não é a solução”, destacando que, nos sete anos em que atletas trans puderam competir na categoria feminina, os casos de destaque por resultados esportivos foram raros.
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