Militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que aparecem nas imagens do circuito interno do Palácio do Planalto durante os atos de 8 de janeiro, afirmaram à Polícia Federal (PF) que não tinham informações sobre a gravidade da invasão. Com informações do Estadão.
As oitivas foram realizadas por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que investiga os atos golpistas.
Durante o depoimento, os agentes alegaram que não tinham condições de prender os invasores porque estavam em menor número. Eles ainda disseram que foram pegos de surpresas pelos extremistas.
Ao todo, nove militares foram interrogados, entre eles o major José Eduardo Natale de Paula Pereira, que aparece em um dos vídeos entregando garrafas de água aos criminosos.
Natale, por sua vez, disse que entregou as garrafas com o “intuito de acalmá-los”. Ele afirmou que, a todo momento, a sua prioridade foi proteger o gabinete presidencial, que fica no terceiro andar do prédio.
O coronel Alexandre Santos de Amorim, ex-coordenador de avaliação de riscos do Departamento de Segurança Presidencial, afirmou que não recebeu informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na semana que antecedeu os protestos violentos.
O coronel disse que foi convocado a atuar no dia 8 de janeiro e que chegou ao Planalto somente após o prédio já ter sido invadido, por volta das 15h.
Em seu depoimento, o coronel da reserva do Exército André Luiz Garcia Furtado, ex-coordenador de Segurança de Instalações do GSI, afirmou que, apesar do acampamento golpista em frente ao quartel-general do Exército, “não tinha ocorrido alguma manifestação que gerasse uma preocupação do GSI para elaborar um planejamento específico” contra um eventual ataque.
O general Carlos Feitosa Rodrigues, então secretário de Segurança e Coordenação Presidencial, afirmou que não recebeu ‘nenhuma informação’ da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, do Ministério da Justiça ou da Abin ‘relatando a possibilidade de invasão de prédios públicos e manifestação violenta’.
O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do DF, Marcus Vinícius Braz de Camargo, disse que recebeu um telefonema de uma assessora da primeira-dama, Janja Lula da Silva, pedindo para que ele se “deslocasse ao Palácio do Planalto para ajudar na preservação do gabinete do presidente”.
O tenente-coronel Alex Barbosa Santos, ex-coordenador adjunto do Departamento de Segurança Presidencial, negou ter recebido ‘qualquer informe’ da Abin sobre os atos golpistas. A Coordenação Geral de Avaliação de Risco do GSI teria previsto a chegada de cerca de dois mil manifestantes ao Distrito Federal, mas segundo o depoimento esperava que os protestos tivessem ‘caráter pacífico’.
O capitão do Exército Adilson Rodrigues da Silva disse, durante seu depoimento à PF, que chegou ao prédio por volta das 16h10, após ter visto as “manifestações na internet”.