Na manhã desta quarta-feira (13), o presidente Jair Bolsonaro (PL) nomeou o ex-capitão do Exército Victor Felismino Carneiro para o comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ele substitui Alexandre Ramagem, que disputará as eleições, e foi indicado com a ajuda do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), segundo filho do presidente.
Carneiro era superintendente da Abin no Rio de Janeiro e foi nomeado diretor-adjunto do órgão. No novo cargo, assumirá a interinidade do comando da agência sem precisar ser sabatinado pelo Senado.
Na semana passada, segundo o site O Antagonista, Carlos Bolsonaro foi responsável por levar o nome de Carneiro ao pai. Filho de um general 4 estrelas e próximo dos Bolsonaros, ele foi nomeado também graças ao esforço dos policiais federais que Ramagem levou para a Abin. O trio formado por Carlos Magno de Deus Rodrigues, Marcelo Bormevet e Felipe Arlotta Freitas se uniu para emplacar o ex-capitão.
Governo tinha outros dois nomes em mente
O governo até chegou a nomear o número dois do órgão, Carlos Afonso Coelho, para assumir o posto. Antes da saída de Ramagem, porém, Carneiro já era cotado para assumir a agência. Ele teve nomeação publicada hoje no Diário Oficial da União (DOU).
O general Augusto Heleno, chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), já havia convidado outro nome, o oficial de inteligência Edgar Ribeiro Dias, para assumir a agência. Ainda segundo o Antagonista, Edgar planejava exonerar os três PFs amigos de Ramagem, e por isso a indicação não surtiu efeito.
Profissionais ligados ao órgão pediram que o substituto fosse um técnico da área. Entidades representativas da Abin divulgaram uma nota oficial em que afirmam considerar “imprescindível a experiência e formação específicas para comandar um assessoramento isento, eficaz e oportuno, que caracteriza e define a atividade de inteligência”.