Com trajes característicos da matriz ortodoxa da Igreja Católica, defesa enfática do movimento pró-vida e aliança com o governo Bolsonaro, o candidato à Presidência Padre Kelmon (PTB) estreou nos debates presidenciais neste sábado (24).
Às vésperas das eleições, o presidenciável ainda é desconhecido. Kelmon entrou na corrida eleitoral após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) negar por unanimidade o registro de candidatura de Roberto Jefferson (PTB).
Natural de Acajutiba (BA), tem como vice Pastor Gamonal (PTB), que preside interinamente o Movimento Cristão Conservador do partido. No site do partido, Kelmon é descrito como “homem cristão, conservador e de direita, que sempre se dedicou à igreja e ao combate da esquerda no país”. Ele ajudou a criar o Movimento Cristão Conservador e lidera o Movimento Cristão Conservador Latino Americano (Meccla).
Apesar de se dizer ortodoxo, o candidato nunca foi sacerdote das igrejas da comunhão ortodoxa no Brasil; ainda assim, ele celebra missas e batismos na Bahia e ganhou notoriedade em grupos conservadores graças ao discurso bélico contra a esquerda.
Os falecidos políticos Levy Fidélix e Enéas Carneiro são vistos com admiração por parte de Kelmon, que usa seu canal no YouTube para denunciar a “islamização” e a “perseguição” a cristãos no Brasil. O candidato, que chegou a divulgar vídeos convocando para manifestações a favor de Bolsonaro, não mede esforços para demonstrar apoio ao atual presidente. Durante seu primeiro debate entre presidenciáveis, Kelmon fez uma dobrada ideológica com o presidente.
Segundo o TSE, o candidato declara ter patrimônio de R$ 8.547,13, e sua candidatura recebeu apenas uma doação nominal de R$ 5 mil, de seu vice. Além da doação, o autointitulado sacerdote tem acesso a R$ 1,54 milhão de Fundo Especial para a campanha. O projeto de campanha apresentado é o mesmo de Roberto Jefferson.