Conselho de Segurança da ONU quer “fim urgente dos combates” em Gaza

Atualizado em 18 de dezembro de 2023 às 12:35
Palestinos retiram menino ferido após ataques israelenses a uma maternidade do hospital Nasser, em Khan Younès, no sul de Gaza. © Mohammed Dahman / AP

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas na Faixa de Gaza, 110 palestinos foram mortos neste domingo (16) em ataques israelenses em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.

De acordo com o último balanço do Hamas, divulgado na sexta-feira (15), 18.800 morreram desde o início da guerra com Israel, em 7 de outubro, a maioria mulheres e crianças.

Do lado israelense, o conflito, que começou após o ataque do Hamas em Israel, deixou cerca de 250 reféns e matou 1.139 pessoas, a maioria civis, de acordo com os últimos dados oficiais. Até o momento, 129 reféns permanecem em Gaza.

Após meses de bombardeios e intensos combates, a maior parte da população de Gaza foi deslocada e sofre com a escassez de combustível, alimentos, água e remédios.

Menos de um terço dos hospitais do enclave estão funcionando parcialmente, segundo a ONU. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também denunciou no domingo o impacto das operações israelenses em dois hospitais no norte do território.

O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse estar “chocado com a destruição real” do Hospital Kamal Adwan, onde as forças israelenses realizaram uma operação de vários dias contra o Hamas.

O exército israelense se retirou do hospital neste domingo, alegando que ele havia sido usado como centro de comando e controle pelo Hamas. Israel disse que negociou uma passagem segura, antes de entrar no local, para retirar a maioria das pessoas que estavam dentro do estabelecimento.

A OMS também afirma que os bombardeios israelenses destruíram o setor de emergência do Hospital Al-Shifa. Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, um ataque israelense atingiu no domingo o Hospital Nasser, em Khan Yunes, a principal cidade do sul de Gaza, matando uma pessoa e ferindo sete.

Vista de um edifício na Cidade de Gaza alvo de um ataque aéreo israelense (AFP/AFP)

De acordo com a mesma fonte, as forças israelenses também invadiram o Hospital Al Awda, no norte de Gaza, no domingo, e prenderam equipes médicas após vários dias de cerco e bombardeios.

No domingo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu novamente “lutar até o fim” para eliminar o Hamas, libertar todas as pessoas no país e garantir que Gaza não seja um “centro do terrorismo”.

Na cidade israelense de Erez, perto da fronteira norte de Gaza, o Exército israelense disse ter descoberto o maior túnel do Hamas. O governo de Israel afirma que ele tem trilhos, eletricidade, um sistema de drenagem e uma rede de comunicações.

Segundo o Exército, cinco soldados morreram no domingo, elevando o número de mortos israelenses na Faixa de Gaza para 126 desde o início das operações terrestres no final de outubro.

Pedidos de trégua

A ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, esteve em Israel neste domingo, onde pediu uma trégua “imediata e duradoura”. A França também condenou um bombardeio israelense que matou um de seus funcionários do Ministério das Relações Exteriores em Gaza.

O Catar, que ajudou a mediar uma trégua no mês passado permitindo a libertação de 80 reféns israelenses em troca de 240 presos palestinos, disse que “esforços diplomáticos estão em andamento para renovar a pausa humanitária”.

Mas o Hamas escreveu, em uma mensagem no Telegram, que era “contra qualquer negociação sobre uma nova troca de prisioneiros até que a agressão contra nosso povo cesse completamente”.

Paralelamente, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, esteve no Kuwait nesta segunda-feira como parte de uma viagem regional que incluirá visitas a Israel e Catar, que negociaram o cessar-fogo em novembro.

Israel também enfrenta apelos das famílias dos reféns para desacelerar, suspender ou encerrar a campanha militar. Os parentes dos 129 reféns ainda detidos se reuniram novamente em Tel Aviv para exigir um acordo para repatriá-los, depois que o exército admitiu ter matado por engano três reféns em Gaza.

Ataques à Cisjordânia e à Síria

O Ministério da Saúde palestino disse que as forças israelenses mataram cinco palestinos na manhã de domingo em um campo de refugiados da Cisjordânia. De acordo com os militares israelenses, os ataques aéreos tiveram como alvo militantes que estavam colocando soldados em risco.

Autoridades de saúde dizem que mais de 290 palestinos foram mortos por forças israelenses ou colonos na Cisjordânia desde o início da guerra.

Israel também realizou ataques aéreos perto de Damasco no domingo, ferindo dois soldados sírios, informou o Ministério da Defesa sírio. Forças israelenses e militantes do Hezbollah, apoiados pelo Irã, trocam tiros regularmente na fronteira norte de Israel com o Líbano.

Para pressionar Israel, os rebeldes houthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, lançaram ataques contra navios na área marítima vital do Mar Vermelho, forçando grandes empresas a desviar seus navios.

Originalmente publicado em Radio France Internationale

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