Nesta segunda-feira (30), o Conselho de Segurança das Nações Unidas realiza uma reunião de emergência em Nova York para abordar a intensificação do confronto entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. A convocação do encontro foi feita a pedido dos Emirados Árabes Unidos, com o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, encarregado de presidir a sessão.
Até agora, as tentativas de convencer Israel a cessar-fogo foram em vão. Na sexta-feira (27), a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma proposta de resolução para o conflito entre Israel e Hamas, apresentada pela Jordânia e apoiada por países árabes. O texto solicita uma “trégua humanitária imediata” nos bombardeios em curso na Faixa de Gaza. A resolução destaca a urgência de se estabelecer um cessar-fogo para garantir a segurança e o bem-estar dos civis afetados pelo conflito.
Desde o início do conflito em 7 de outubro, milhares de vidas foram perdidas em ambos os lados. Enquanto o Hamas alega que há cerca de 8 mil vítimas em Gaza, Israel relata aproximadamente 1.400 mortes.
Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense, expressou a intenção de uma nova ofensiva contra o território palestino. No sábado (28), as forças israelenses lançaram uma operação terrestre, marcando o início de uma segunda fase do conflito, segundo suas declarações.
Durante a série de discussões no Conselho de Segurança sobre a situação, quatro resoluções foram rejeitadas, incluindo duas propostas pela Rússia, uma pelo Brasil e outra pelos Estados Unidos.
O Itamaraty confirmou que não há perspectiva de novas propostas na reunião desta segunda-feira. No entanto, o Brasil está empenhado em elaborar um texto que possa obter consenso entre os membros do Conselho de Segurança, buscando evitar possíveis vetos dos membros permanentes.
Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é crucial estabelecer um diálogo eficaz para alcançar uma solução pacífica. “Se eu tiver informação que tem um presidente de tal país que é amigo do Hamas, é para esse que eu vou ligar”, disse Lula. Ele também ressaltou a importância de garantir a libertação de reféns e a abertura das fronteiras para o envio de ajuda humanitária.
A tentativa de uma resolução efetiva tem sido desafiadora, já que o Conselho de Segurança ainda não emitiu um posicionamento formal sobre o conflito. No último dia 18, uma resolução proposta pelo Brasil, que incluía a criação de um corredor humanitário, foi vetada pelos Estados Unidos. A embaixadora americana, Linda Thomas-Greenfield, expressou “desapontamento” com a falta de menção clara ao direito de autodefesa de Israel no texto.
A resolução brasileira, que obteve apoio de 12 dos 15 países membros do Conselho de Segurança, abordava 11 pontos cruciais, incluindo o cessar-fogo imediato, a libertação de reféns e a garantia de acesso a suprimentos médicos e básicos para os civis em Gaza.
Enquanto o Brasil continua buscando consenso e evitando possíveis vetos dos membros permanentes do Conselho, o país também trabalhou em paralelo para uma resolução simbólica na Assembleia Geral da ONU. A resolução, aprovada na última sexta-feira, instou a implementação de uma trégua entre Israel e Hamas e o acesso seguro à Faixa de Gaza para proteção dos civis.
Apesar de sua importância simbólica, a resolução da Assembleia Geral não é vinculativa para os países-membros da ONU.