O deputado estadual paulista Maurici (PT-SP) protocolou uma denúncia no Ministério Público Federal (MPF) contra o Conselho Federal de Medicina (CFM) devido a uma campanha publicitária realizada pela entidade. Segundo o deputado, a peça divulgada nas redes sociais configura uma “propaganda institucional e antiética […] por promover o racismo”.
O post em questão apresenta a imagem de uma mulher negra segurando um banner com a seguinte mensagem: “Você confiaria a vida da sua mãe a um médico não habilitado? Revalidação do diploma: Indispensável para a segurança do paciente. Medicina é coisa séria”. Com informações da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
Na representação enviada, Maurici argumenta que a campanha do CFM possui uma mensagem ambígua. Ele solicita a exclusão do post.
“Não fica claro se a mulher representa a figura da mãe ou a figura do médico não habilitado. Essa ambiguidade, dentro do contexto estruturalmente racista do Brasil, tende a reforçar a associação entre mulheres negras e médicos não habilitados, fortalecendo assim as associações racistas entre pessoas negras e a desqualificação delas”, afirma o documento.
A publicação gerou críticas nas redes sociais. Após a repercussão, o perfil do CFM se manifestou, alegando que “as imagens dos personagens utilizadas nas peças publicitárias dessa campanha representam os pacientes brasileiros em sua diversidade”. Até o momento da conclusão deste texto, o CFM não havia respondido ao contato da coluna.
Além de solicitar a exclusão do post, Maurici também pede que o MPF inicie uma investigação civil para “verificar possíveis danos à coletividade” e responsabilizar o CFM.
Ver essa foto no Instagram