Uma pergunta que o jornalismo terá de responder um dia, sob pena de ser acusado de omissão e conivência com a República de Curitiba: quem, dentro da Globo, foi o receptador do áudio do grampo criminoso que Sergio Moro aplicou em Dilma Rousseff e Lula, em 2016?
Pode ter sido Merval Pereira, pelo poder que tem na Globo? É uma dúvida sempre presente. Será por isso que até hoje ele defende o ex-juiz suspeito e a estrutura do lavajatismo e ataca Lula? Quem recebeu a gravação que a Globo divulgou no Jornal Nacional?
Merval teria essa dívida com Moro e seus ajudantes de atos suspeitos e ilegais de Curitiba, como grampear investigados quando bem entendesse? Mesmo que grampeasse junto a presidente das República?
Seria essa uma dívida impagável, por envolver segredos em torno de delitos cometidos por ambas as partes, o fornecedor e o receptador?
Podem dizer que o receptador do áudio apenas abriu a porteira para a boiada de Curitiba e que o resto aconteceu por conta das cadeias de comando.
Um preposto recebeu de Moro o comunicado de que existia a gravação, recebeu a gravação, repassou ao chefe, que a encaminhou ao conhecimento dos donos da Globo. A decisão nesse caso, é claro, não seria nunca apenas de um chefe de jornalismo.
Não se sugere aqui que o delito de Moro, apontado por Teori Zavascki, e a subserviência do receptador que expôs a presidente da República sejam a mesma coisa.
Nem se debate, porque não importa mais, se o receptador cometeu algum delito. O receptador era apenas serviçal da Globo escalado para ficar a serviço da Lava-Jato.
Não é de criminalização que trata esse texto, mas da busca da verdade que o jornalismo diz perseguir. Interessa, sim, ao jornalismo e aos que o jornalismo informa saber quem era o contato da República de Curitiba dentro da Globo, para a receptação do áudio de 2016 e de todos os vazamentos lavajatistas.
Merval Pereira, homem de confiança dos Marinho, deve saber. Merval sugeriu no fim de semana que uma fala de Lula seja criminalizada, por reafirmar que Moro e seus subalternos agiam em conluio com interesses americanos.
O jornalista Merval, pregador das liberdades, tem certeza de que o presidente da República não pode abordar um fato com muitas provas de que é verdade?
Lula não pode dizer o que nem novidade é? Não pode afirmar que a Lava-Jato era orientada por gente de fora do país?
Merval encampa o discurso da extrema direita e, para provocar mais uma confusão e jogar para a torcida do fascismo, propõe que Lula seja investigado dentro do inquérito das fake news.
É uma bobagem do jornalismo lavajatista, às vésperas da cassação do mandato de Sergio Moro pelo TRE do Paraná. Se não for cassado pelo TRE, o ex-juiz grampeador será condenado pelo TSE mais adiante.
Merval, com o poder que tem na Globo e por ser tão preocupado com a verdade, poderia contar um dia, em nome da verdade, quem era o receptador de Moro na organização que volta a sabotar Lula. Conte, Merval Pereira. Quem era o pau-mandado de Moro?
Originalmente publicado em Blog do Moisés Mendes
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