O deputado federal Rui Falcão (PT), coordenador da pré-campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pediu para que o procurador-geral da República, Augusto Aras, investigue possível pressão do governo federal para que a XP Investimentos cancelasse a divulgação da nova pesquisa Ipespe em que supostamente colocava o petista como primeiro colocado.
O objetivo do parlamentar é que o PGR apure se há indícios de crimes por uma possível interferência indevida numa sondagem registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Ao que tudo indica, o veto à divulgação dos dados teve conotação eleitoreira, possivelmente fruto de abuso de poder político e de ameaças que imergem na seara criminal”, diz trecho da petição.
O instituto de pesquisa da XP Investimento vinha divulgando relatório semanalmente, mas cancelou a publicação do último levantamento. Segundo informações da Folha de S.Paulo, isso ocorreu após apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), ministros do governo federal e até mesmo o senador Flávio Bolsonaro (PL) pressionarem a direção da empresa.
Preocupada com os seus negócios, a XP decidiu não divulgar o relatório, afirmando que fará isso agora mensalmente. “Não se pode aceitar que agentes públicos assediem empresas que contratam pesquisas em um regime que se pretende respeitador das garantias eleitorais”, acrescenta o documento.
A petição foi elaborada pelos advogados Hélio Silveira, Marcelo Andrade, Marco Aurélio de Carvalho, Fabiano Silva dos Santos, Marco Antonio Riechelmann Jr. e Lucas Clemente.
“Diante de todo o exposto, requer-se, a um só tempo, (i) a instauração de Procedimento Preparatório Eleitoral (PPE) para apurar os potenciais atos de ilícitos eleitorais, notadamente abuso de poder político e (ii) a instauração de Inquérito Policial ou Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar os eventuais crimes praticados”, conclui o pedido.
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