A Coreia do Norte estaria se envolvendo diretamente na guerra entre Rússia e Ucrânia, segundo informações divulgadas pelo Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul. Na sexta-feira (18), a agência sul-coreana revelou que tropas norte-coreanas foram enviadas para apoiar a Rússia no conflito, o que, se confirmado, marcaria a primeira grande participação das forças lideradas por Kim Jong-Un em um conflito externa desde a Guerra da Coreia (1950-1953).
De acordo com o relatório, 1,5 mil soldados norte-coreanos, pertencentes a forças de operações especiais, teriam sido transportados por navios da marinha russa para a cidade portuária de Vladivostok no início de outubro. Essas tropas teriam recebido uniformes militares russos, armas e documentos de identificação falsos, em uma tentativa de disfarçar a participação de Pyongyang no conflito. Após um período de treinamento, eles estariam prontos para ingressar no campo de batalha.
O anúncio em Seul veio um dia depois de o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, ter revelado que o governo da Ucrânia recebeu informações indicando que cerca de 10 mil soldados norte-coreanos estariam sendo preparados para se juntar às forças russas.
Zelenski alertou para o risco de uma escalada internacional caso um terceiro país se envolva diretamente nas hostilidades. “Se uma terceira nação se envolver no conflito entre Kiev e Moscou, isso poderia se transformar em uma guerra mundial”, declarou o presidente ucraniano em entrevista coletiva.
A Coreia do Sul informou que o país vizinho planeja enviar um total de 12 mil soldados para a Rússia, distribuídos em quatro brigadas. No entanto, essas informações ainda não foram oficialmente confirmadas por outras nações envolvidas no conflito.
O Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, comentou que, até o momento, a aliança não pode confirmar a participação ativa de soldados norte-coreanos, mas acrescentou que a situação pode mudar à medida que mais dados forem apurados.
A Rússia, por sua vez, negou categoricamente qualquer envolvimento de tropas norte-coreanas em sua campanha militar na Ucrânia. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou as acusações como “falsas”, em uma coletiva de imprensa recente. A mídia estatal norte-coreana não comentou oficialmente o caso até o momento.
Nas últimas semanas, os laços entre Rússia e Coreia Popular parecem estar mais fortalecidos. Os dois países intensificaram sua cooperação militar e econômica nos últimos dois anos, em especial após a assinatura de um pacto de assistência mútua em junho de 2024, entre Kim Jong Un e o presidente russo, Vladimir Putin.
O acordo prevê apoio militar caso qualquer um dos dois países seja atacado, o que levanta preocupações entre potências ocidentais sobre a possibilidade de uma aliança militar mais estreita entre Moscou e Pyongyang.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul já haviam acusado a Coreia Popular de fornecer armas, como granadas de artilharia e mísseis, à Rússia em troca de ajuda econômica e militar.
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