A curva de evolução de casos do coronavírus no Brasil tem padrão similar ao de países como Itália e Espanha, segundo estudo do Observatório Covid-19, composto por sete universidades (USP, Unicamp, Unesp, UnB, UFABC, Berkley-EUA e Oldenburg-Alemanha).
O agravante no caso brasileiro é que há mais casos confirmados no mesmo período de tempo, fazendo supor que o pico no Brasil será pior que na Itália.
Em 22 de fevereiro, vigésimo-terceiro dia desde o início da epidemia, a Itália contava 155 casos confirmados e três mortes pelo Covid-19.
Já no Brasil, o primeiro foi confirmado em 26 de fevereiro.
Chegamos ao vigésimo-quarto dia da epidemia com 621 casos e sete vítimas.
O ritmo de contágio segue o padrão italiano, mas como há 3,5 vezes mais casos, haverá mais ocorrências antes da epidemia arrefecer.
Segundo estudo, o número de casos no Brasil deve passar a marca dos 3 mil na terça-feira (24).
O número dobra a cada 55 horas.
Conforme explica Roberto Kraenkel, do Instituto de Física Teórica da Unesp, tão importante quanto o número total, é analisar o tempo necessário para duplicação dos casos.
“É uma forma de estimar a velocidade da propagação da doença”, diz o professor.
No auge da epidemia na Itália, o número dobrava a cada 1,8 dia, ou 43 horas.
Agora, com as medidas de quarentena, dobra a cada 96 horas.
Quanto maior o tempo de duplicação, menos chance de sobrecarga nos sistemas de saúde.
De acordo com as projeções da Unesp para os próximos dias, essa é a estimativa de casos para o começo da próxima semana:
Sábado (21) – 1.091 casos;
Domingo (22) – 1.478 casos;
Segunda-feira (23) – 2.003 casos;
Terça (24) – 2.714 casos; a previsão máxima é de até 3,4 mil na terça.