O coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), afirmou à Polícia Federal que o comando do Exército “frustrou os planos” de retirar acampamento golpista instalado em frente ao quartel-general de Brasília. A informação é do portal UOL.
Preso desde terça (7), ele diz que a tentativa de desmobilizar o acampamento foi impedida pelo general Dutra, chefe do Comando Militar do Palácio do Planalto, que teria recebido ordem do então comandante do Exército.
Segundo o coronel, houve uma reunião no Palácio do Planalto com a participação de policiais e militares para apresentar o plano de retirada dos bolsonaristas do local antes da posse de Lula. A PM teria disponibilizado “mais de 500 policiais, tropa de choque e aeronave” para retirar os golpistas do quartel-general. “Posteriormente chegou a informação que o general Dutra, por ordem do comandante do Exército, havia suspendido a operação”, relata.
“Houve diversas outras reuniões com esse objetivo, mas o Exército frustrou todos os planejamentos e tentativas”, prosseguiu o coronel em seu depoimento.
Ele negou ter sido omisso durante o ataque terrorista de 8 de janeiro, alegando que estava afastado durante o planejamento de segurança do ato e que “não pode ser responsabilizado” pelas falhas.
O ex-interventor da Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, diz que Barreto retardou propositalmente a linha de contenção da PM durante o episódio. O coronel foi preso na 5ª fase da operação Lesa Pátria por suspeita de omissão antes e durante o ataque terrorista.