Assessor fiel do ex-presidente Jair Bolsonaro e coronel investigado no caso das joias, Marcelo Câmara foi exonerado do governo nesta quarta (11). Ele atuava, desde janeiro, como um dos assessores disponibilizados a ex-chefes do Executivo quando deixam o Palácio do Planalto.
Câmara é visto como um dos principais personagens no esquema de venda de presentes oficiais recebidos no exterior. Em dezembro do ano passado, Bolsonaro assinou uma procuração em cartório para permitir que o assessor cuidasse de seu acervo durante o mandato.
Ele também chefiou uma espécie de Abin (Agência Brasileira de Inteligência) paralela, produzindo dossiês para o então presidente, e foi alvo de busca e apreensão em maio deste ano no caso que apura a inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Câmara também foi citado pelo hacker Walter Delgatti Neto durante seu depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do de Janeiro. Segundo ele, o assessor foi responsável por levá-lo para uma reunião com técnicos do Ministério da Defesa após ordem de Bolsonaro.
O ex-assessor de Bolsonaro recebia mensalmente um salário de R$ 11 mil. A assessoria do ex-presidente alega que sua equipe está sendo redesenhada.
Agora, segundo a coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo, Câmara deve ser contratado pelo PL com uma remuneração de R$ 25 mil. O valor é pago a coronéis que trabalham pelo partido.