O corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, quer analisar a origem e destinação de recursos da Lava Jato e pode pedir quebras de sigilos bancários do senador Sergio Moro (União-PR) e do deputado cassado Deltan Dallagnol. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) realiza uma correição extraordinária da 13ª Vara Federal de Curitiba e do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), responsáveis pela operação. A informação é da coluna Painel na Folha de S.Paulo.
A auditoria nos tribunais foi aberta após o afastamento do juiz Eduardo Appio, que vinha revisando as decisões do ex-juiz Sergio Moro, seu antecessor na 13ª Vara. O corregedor quer analisar como foram tomadas as decisões de Moro e apurar o uso de recursos da operação.
Salomão ainda quer analisar com atenção especial os acordos de cooperação internacional e como foram conduzidas as delações premiadas. Ele desembarca em Curitiba nessa semana para acompanhar os trabalhos da auditoria.
Na semana passada, o CNJ pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o compartilhamento das provas da Vaza Jato para usar na auditoria contra a 13ª Vara e o TRF-4. O material inclui mensagens obtidas por hackers trocadas entre procuradores e o então juiz Moro.
O TRF-4 ficou famoso com a Lava Jato por revisar atos e decisões de Moro. Segundo o regimento interno do CNJ, o órgão pode determinar medidas “necessárias, urgentes ou adequadas” para suprir “as necessidades ou deficiências constatadas” nos tribunais caso sejam identificados “fatos graves ou relevantes”.