O ex-presidente Jair Bolsonaro foi internado ao menos sete vezes desde que foi esfaqueado durante a campanha de 2018. Todas essas idas ao hospital ocorreram durante períodos de crises pessoas no governo federal ou na família. Ele foi internado novamente nesta quarta (23).
A primeira internação ocorreu em janeiro de 2019, quando se submeteu a uma cirurgia para retirar a bolsa de colostomia. À época, o senador Flávio Bolsonaro, seu filho, havia pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendesse as investigações do Ministério Público do Rio envolvendo Fabrício Queiroz.
Meses depois, em setembro, ele passou por cirurgia de correção de uma hérnia atingida na área da facada. Na ocasião, Bolsonaro vivia um clima de tensão com o então ministro da Justiça Sergio Moro e estava sendo detonado por conta das queimadas na Amazônia.
Em setembro de 2020, um ano depois da segunda internação, Bolsonaro avisou seus apoiadores que passaria por uma cirurgia para retirar um cálculo na bexiga. A internação ocorreu semanas depois da revelação de que Fabrício Queiroz depositou R$ 89 mil na conta da ex-primeira-dama Michelle.
O ex-presidente foi internado novamente no ano seguinte, em julho de 2021, quando a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid foi prorrogada por mais 90 dias e uma reunião Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia foi marcada com os chefes dos Poderes.
A próxima internação ocorreu em janeiro de 2022. Na ocasião, ele havia passado uma semana de férias em meio às enchentes na Bahia, que registraram 25 mortes, e estava sendo criticado por promover aglomerações em praias de Santa Catarina durante um período de agravamento da pandemia. Ele foi internado com uma obstrução no intestino porque teria engolido um camarão sem mastigar.
Dois meses depois, em março, ele foi ao hospital novamente para tratar de um “desconforto abdominal”. Essa internação ocorreu no mesmo dia em que o então ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu exoneração depois de ser divulgado um áudio em que dizia que o governo federal priorizou a liberação de verbas a prefeituras ligadas a pastores.
A última internação de Bolsonaro antes da que ocorre hoje foi em janeiro desse ano. No dia seguinte aos ataques terroristas do 8 de janeiro, o ex-presidente passou mal de madrugada, com dores abdominais, e deu entrada às 4h no hospital Advent Health Celebration, em Orlando, nos Estados Unidos.
A nova internação de Bolsonaro ocorre em meio às investigações sobre o suposto esquema de joias recebidas como presentes oficiais no exterior e novos indícios de disseminação de fake news. Ele foi ao hospital Vila Nova Star, em São Paulo, após a Polícia Federal intimá-lo para prestar dois depoimentos.