É um caso para ser estudado. Como pode alguém às vésperas de uma eleição, quando vai pedir voto para continuar na função de representante do povo, pregar contra a vacina do coronavírus? Pior: sabotar a ação do Estado pela imunização.
Não são só dois ou três malucos, não. Veja o caso dos seguidores de Bolsonaro na Câmara dos deputados.
Em sua coluna no portal Metrópoles, Igor Gadelha conta:
Deputados federais bolsonaristas retomaram a ofensiva contra o chamado “passaporte da vacina” logo no primeiro dia da volta dos trabalhos legislativo, após o recesso.
Os direitos propostos por Caroline de Toni
Na quarta-feira (2/2), por exemplo, a deputada Caroline de Toni (PSL-SC) protocolou projeto que visa vetar “a exigência de passaporte vacinal contra Covid-19 como condição para o exercício de direitos”.
Gadelha segue:
No texto, a deputada sugere proibir que a apresentação de um comprovante de vacinação seja exigida para diversas atividades. Dentre elas, a entrada em estabelecimentos comerciais, a assinatura de contratos de trabalho e até mesmo a entrada e a saída de brasileiros do país.
“Muito embora a vacinação, mesmo com critérios deturpados, tenha se tornado uma realidade social (haja vista que a ampla maioria da população já se imunizou), não há qualquer motivo razoável para que a imposição de passaportes sanitários siga o mesmo caminho, pois se trata de uma irracionalidade explícita, e pior: perigosamente discriminatória contra cidadãos brasileiros que não representam qualquer perigo à sociedade”, diz a deputada na justificativa do projeto.
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E conclui.
Caroline de Toni ainda aproveita o projeto para criticar a vacinação de crianças e adolescentes e a necessidade de mais doses do imunizante para o efetivo controle da doença.
A apresentação do comprovante de vacina é um dos principais alvos de críticas recentes de Jair Bolsonaro e seus aliados. O presidente já chegou a chamar a medida, exigida em diversos países do mundo, de “coleira”.
Dá para acreditar?