CPI das Apostas: Tio de Paquetá usa direito ao silêncio e só responde 1 pergunta

Atualizado em 30 de outubro de 2024 às 20:45
Bruno Tolentino de camisa social preta, sem olhar para a câmera, com expressão de desânimo
Bruno Tolentino em depoimento à CPI das Apostas – Marcos Oliveira/Agência Senado

Amparado por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bruno Tolentino, tio do jogador Lucas Paquetá, permaneceu em silêncio na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas e da Manipulação de Jogos nesta quarta-feira (30). Com informações do jornal O Globo.

A sessão teve duração de menos de 15 minutos, tempo em que Tolentino respondeu a apenas uma pergunta, indicando que possui dois filhos, e se manteve calado em relação aos demais questionamentos.

Após a negativa de Tolentino em colaborar, a CPI se prepara para solicitar a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático do depoente. A recomendação para essa ação foi feita pelo relator da CPI, senador Romário (PL-RJ), e deverá ser analisada pelo colegiado para aprovação.

O presidente da CPI, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), demonstrou insatisfação com a postura de Tolentino, especialmente em relação às acusações contra seu sobrinho, o jogador Lucas Paquetá. O parlamentar destacou que Tolentino, em uma área reservada da CPI, teria afirmado que as suspeitas de manipulação envolvendo o esportista são falsas, mas evitou repetir essa alegação publicamente.

jogador Lucas Paquetá com expressão de cansaço em campo e vestindo uniforme da seleção brasileira
O jogador Lucas Paquetá – Reprodução

Kajuru criticou a conduta de Tolentino, mencionando que seu silêncio pode causar dúvidas à sociedade brasileira: “O caso Paquetá permanece no ar”, afirmou o senador.

Além da investigação sobre manipulação de apostas, há suspeitas de que Tolentino teria se beneficiado financeiramente em casos específicos, como o suposto recebimento de cartões amarelos por Paquetá durante jogos. Outro ponto investigado é a transferência de R$ 40 mil feita por Tolentino e seu filho Yan para o jogador Luiz Henrique, após partidas na Espanha onde Luiz recebeu cartões.

Com a ampliação das investigações, a CPI planeja votar a convocação de Luiz Henrique para esclarecimentos.

A CPI das Apostas também aprovou a convocação de sete árbitros afastados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por decisões polêmicas no Campeonato Brasileiro. Os árbitros Ramon Abatti Abel, Braulio da Silva Machado, Flávio Rodrigues de Souza, Diego Pombo Lopez, Pablo Ramon, Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral e José Claudio Rocha Filho foram convidados a depor após requerimento do senador Eduardo Girão (Novo-CE).

O depoimento de Lucas Paquetá, inicialmente marcado para esta quarta-feira, foi adiado para o dia 3 de dezembro, a pedido da defesa do jogador.

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