A CPI Mista do 8 de Janeiro aprovou a convocação de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro; Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa; e Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Todos eles serão ouvidos como testemunhas e as datas das oitivas ainda serão definidas.
Os parlamentares votaram uma série de requerimentos nesta terça (13). O colegiado foca na investigação contra bolsonaristas responsáveis pela invasão dos prédios da Praça dos Três Poderes, em Brasília.
A oposição sugeriu que todos os requerimentos apresentados à comissão fossem aprovados, com exceção do que solicita acesso a informações relacionadas à investigação do cartão de vacina do ex-presidente. Filipe Barros (PL-PR), no entanto, sugeriu que o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, fossem convocados. As sugestões do bolsonarista foram rejeitadas por 20 votos a 11.
O líder do governo Lula no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues, saiu vitorioso na sessão de hoje. Ele propôs blocos de votação, defendendo a aprovação da convocação de nomes ligados ao governo Bolsonaro e a rejeição de nomes da atual gestão.
A CPI pautou quase 300 requerimentos na sessão de hoje. A convocação de Torres era uma certeza, inclusive da oposição, e a de Cid ganhou força depois da descoberta de conversas sobre um golpe de Estado em seu celular.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi alvo de sete pedidos de convocação pela CPMI. Rogério Correia (PT-MG), um dos principais membros do governo no colegiado, diz que as descobertas da investigação da PF colocam Cid no centro da apuração dos parlamentares.
“Nós não podemos é começar de trás para frente, que é o que eles querem. A tese nossa é outra. A nossa tese é de que houve uma tentativa de golpe. Bolsonaro é investigado, Flávio Dino não é”, afirmou.
Os parlamentares também rejeitaram pedidos para convocação de autoridades do governo Lula, entre eles Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do GSI; Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e ex-interventor do Distrito Federal; e Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto ad Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Veja a lista de convocações aprovadas:
- Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
- Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente;
- Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI;
- Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde;
- Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do DF;
- Jorge Naime, ex-comandante de Operações Polícia Militar do DF;
- Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
- Robson Cândido, delegado-geral da Polícia Civil do DF;
- George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Wellington Macedo de Souza, os suspeitos de tentarem explodir caminhão-tanque em aeroporto de Brasília.