A CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) deve ouvir o blogueiro bolsonarista Wellington Macedo de Souza, nesta quinta-feira (5) às 10h. Ele é um dos três indivíduos condenados por envolvimento na tentativa de explosão de uma bomba nas dependências do Aeroporto Internacional de Brasília, ocorrida na véspera de Natal do ano passado.
A prisão de Wellington ocorreu em 14 de setembro, após ele ter permanecido foragido desde janeiro e ter sido localizado na Cidade do Leste, no Paraguai.
O blogueiro é alvo de múltiplas acusações, incluindo crimes de dano moral e atos contra a democracia. Em 18 de agosto, enquanto ainda estava foragido, ele foi condenado a seis anos de prisão em regime fechado e multado em R$ 9,6 mil.
Como ele é um detento, a autorização para o depoimento de Wellington foi concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Em princípio, ele não é obrigado a produzir provas contra si mesmo e, portanto, tem o direito de permanecer em silêncio durante seu depoimento, embora ele deva falar na condição de testemunha.
Vale ressaltar que Wellington já prestou depoimento na CPI dos Atos Golpistas no Congresso Nacional, mas optou por ficar em silêncio. Em seu pronunciamento inicial, ele expressou disposição para colaborar com a comissão em uma nova convocação, desde que a defesa tivesse acesso às investigações relacionadas a seu caso. No entanto, posteriormente, ele se recusou a responder às perguntas dos parlamentares.
Quem é Wellington Macedo?
Wellington Macedo, natural do Ceará, foi preso pela Polícia Nacional do Paraguai, com auxílio da Polícia Federal (PF), e entregue às autoridades brasileiras na Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu, no Paraná, à Cidade do Leste.
O bolsonarista é acusado de envolvimento na tentativa de explosão de um caminhão-tanque próximo ao Aeroporto de Brasília em 24 de dezembro de 2022. Os outros dois indivíduos envolvidos, George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues, estão detidos e já foram condenados em segunda instância pela Justiça do Distrito Federal.
Wellington teve sua prisão decretada por Alexandre de Moraes em 7 de setembro de 2021, sob a acusação de incitar atos antidemocráticos. Apesar de estar em prisão domiciliar e usar tornozeleira eletrônica, ele frequentava o acampamento bolsonarista em frente ao quartel do Exército em Brasília.
Segundo informações do delegado da Polícia Civil do Distrito Federal, Leonardo de Castro Cardoso, o blogueiro cearense também teve participação direta nos ataques ao prédio da PF em Brasília, ocorridos em 12 de dezembro do ano passado.
Ele ainda chegou a ocupar o cargo de assessor na Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Macedo desempenhou funções comissionadas na Diretoria de Promoção e Fortalecimento de Direitos da Criança e do Adolescente de fevereiro a outubro de 2019.
Iniciando sua carreira no campo da comunicação, Wellington passou a se destacar cobrindo notícias da região norte do Ceará. A partir de 2018, ele começou a publicar conteúdo alinhado com o bolsonarismo, ganhando um grande número de seguidores em suas redes sociais e usando essas plataformas para disseminar denúncias sem provas, além de promover atos contra a democracia.