O tenente-coronel Mauro Cid será confrontado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro sobre a sua ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no período em que trabalhou para ele como ajudante de ordens da Presidência. Cid está preso desde 3 de maio.
Os parlamentares da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm diferentes estratégias para extrair do bolsonarista informações que liguem o ex-capitão aos atos terroristas promovidos por seus simpatizantes em Brasília, no dia 8 de janeiro. Alguns deles pretendem até mesmo elogiar o currículo do militar com o objetivo de levá-lo a incriminar Bolsonaro. A informação é do Estadão.
Um desses deputados governistas disse que pretende destacar durante o depoimento os mais de 20 anos em que Cid trabalhou como oficial do Exército. Parlamentares avaliam ainda que exaltar a carreira militar de Cid pode ajudá-lo a se “sensibilizar e pensar em si mesmo” em vez de “manchar” a sua trajetória nas Forças Armadas.
Outra estratégia dos parlamentares é a de fazer questionamentos sobre como a família do tenente-coronel tem se mantido financeiramente desde que ele foi preso. A ideia é fazê-lo priorizar os parentes em vez de Bolsonaro e encontrar contradições que possam ligar o custeio de seus familiares a financiadores de atos terroristas.
O bolsonarista também será questionado sobre o motivo de ter fraudado os cartões de vacinação da família Bolsonaro. Vale destacar que foi a adulteração dos dados do ex-mandatário e de seus familiares no sistema de informações do Ministério da Saúde que levou o militar à prisão.
Outra pergunta aborda a viagem a Miami, nos Estados Unidos, realizada pelo militar nove dias antes de Bolsonaro embarcar rumo a Orlando. Os parlamentares querem saber por que Cid decidiu viajar para uma cidade próxima à que Bolsonaro escolheu para passar a sua estadia nos EUA. As cidades ficam localizadas no mesmo Estado e estão separadas por 5h30 de viagem de trem.