A base do governo na CPMI dos Atos Golpistas quer fazer uma série de convocações para aprofundar as investigações sobre o suposto esquema de venda de joias e outros itens dados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na condição de presidente da República. A informação é do jornal O Globo.
Há também pedidos de recolhimento dos passaportes do ex-chefe do Executivo e de sua mulher, Michelle Bolsonaro. Governistas ainda querem a quebra de sigilo fiscal de Bolsonaro e Michelle, o que também foi pedido pela Polícia Federal PF.
Parlamentares querem ver na comissão o general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, o tenente Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef. Os três foram alvos de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (11).
Gabriela Cid, mulher de Mauro Cid, é outra que os governistas tentam convocar. O senador Rogério Carvalho (PT-SE), um dos que solicitou a convocação, justificou que ela “tem acesso a conteúdos extraídos do telefone celular de Mauro Cid que revelam suposto planejamento e tentativa de golpe de Estado”.
Também existe um requerimento para convocar Maria Farani, ex-assessora que auxiliou Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, a redigir uma mensagem em inglês para procurar compradores para o relógio.
O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), resiste a apurar o esquema e considera que entrar no assunto seria fazer da comissão um “palco de discussões estranhas” ao 8 de janeiro. Por outro lado, o governo tem maioria no colegiado e faz questão de entrar no assunto.
O deputado Rogério Correia (PT-MG) discorda de Maia e avalia que investigar o assunto tem conexão com os atos golpistas. Já o deputado Rubens Júnior (PT-MA) disse que a base do governo vai ter que “construir essas convocações” para superar a discordância do presidente do colegiado
Segundo o parlamentar, um dos objetivos da CPMI é apurar os “instigadores” e a cadeia de acontecimentos que resultou no 8 de janeiro, o que inclui a arrecadação de recursos via negociações de itens de luxo.