A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas de 8 de janeiro aprovou, nesta terça-feira (20), a convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Marco Edson Gonçalves Dias, e do coronel Jean Lawand Junior, militar flagrado em conversas com teor golpista com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
A comissão também aprovou a convocação de Saulo Moura da Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ele também é apontado como omisso naqueles ataques. Cunha foi exonerado do cargo assim que a agência passou para o poder da Casa Civil.
A aprovação se deu após acordo entre base do governo e oposição. Na semana passada, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido), conseguiu rejeitar todos os requerimentos que pretendiam convocar G. Dias e Saulo Moura da Cunha.
“Eu, junto com a relatora, combinamos com a aprovação em entendimento, por acordo, do requerimento de convocação do G.Dias e do Saulo Moura. E, também por acordo, para colocar um item extra pauta, para convocação do Jean Lawand Júnior”, afirmou o presidente da comissão, Arthur Maia (União-BA).
Lawand terá que esclarecer as mensagens trocadas com Cid. Ele, junto ao tenente-coronel, detalharam as ações que seriam tomadas para impedir, com o auxílio de militares, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de assumir o poder. Já G. Dias terá que fornecer explicações sobre a suposta omissão no dia 8 de Janeiro.
Também foram aprovados requerimentos que pedem acesso a inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar os crimes cometidos nos atos terroristas promovidos por simpatizantes do ex-mandatário nas sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro.